O governo federal anunciou recentemente um corte significativo no Benefício de Prestação Continuada (BPC), afetando cerca de 55.868 pagamentos indevidos por mês.
Isso pode resultar na redução de 670.413 benefícios até o final do próximo ano.
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Contexto e motivações para a revisão do BPC
O BPC é um programa essencial que oferece um salário mínimo mensal para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. O corte surge em resposta ao aumento de gastos com o programa, que chamou a atenção da equipe econômica.
Para conter esses gastos, o governo decidiu realizar uma revisão geral das despesas, incluindo um recadastramento dos beneficiários. Segundo nota técnica do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a medida deve gerar uma economia de R$ 6,6 bilhões em 2025.
Evolução do número de beneficiários e gastos
Desde 2020, o número de novos requerimentos de BPC cresceu significativamente, saltando de 682.798 para 1,757 milhão em 2023.
Em 2024, já foram feitos 1,039 milhão de novos requerimentos. O número de benefícios concedidos também aumentou, passando de 266.695 em 2020 para 805.484 em 2023, e alcançando 433.010 em 2024.
Mesmo com a revisão, o gasto com o BPC continuará a subir, embora a um ritmo menor. O gasto previsto será de R$ 106,608 bilhões em 2024, subindo para R$ 112,810 bilhões em 2025 e R$ 140,796 bilhões em 2028.
Impacto da revisão no estoque de benefícios
O estoque de benefícios deve ser reduzido para 5,9 milhões no próximo ano, em comparação com 6,3 milhões neste ano.
A revisão será iniciada pelos beneficiários que não estão cadastrados no Cadastro Único (CadÚnico) e que recebem o auxílio há mais de dois anos.
Planejamento da revisão
A revisão dos gastos está sendo cuidadosamente elaborada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, que está preparando o Orçamento de 2025. A equipe econômica vê essa medida como crucial para reduzir despesas e ajudar a equilibrar as contas públicas.
No entanto, o sucesso da revisão dependerá do desempenho das áreas envolvidas, como o INSS e a capacidade de realização de perícias médicas pelo Ministério da Previdência.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) e seus critérios
O BPC, inserido na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), é destinado a brasileiros com deficiência ou idosos com 65 anos ou mais que não têm condições financeiras para sustentar a si mesmos.
Para ser elegível, o beneficiário deve ter uma renda familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo, atualmente fixado em R$ 353,00. Vale ressaltar que o BPC não concede 13º salário nem oferece pensão por morte aos dependentes.
O que fazer em caso de suspensão do benefício?
Os beneficiários afetados por essa medida têm o direito de recorrer, seja por via administrativa ou judicial. A orientação de profissionais especializados pode ser crucial nesse momento, dado que o processo pode ser complexo e demorado.
Além disso, programas de assistência social emergenciais podem servir como alternativas temporárias enquanto a situação do BPC é regularizada.
Conclusão
A decisão de cortar 55.868 beneficiários do BPC por mês sublinha a importância e a complexidade do sistema de assistência social no Brasil. Enquanto as autoridades buscam ajustar as diretrizes do programa, é fundamental que os cidadãos afetados estejam bem informados e saibam como proceder para garantir seus direitos.
A continuidade da assistência a quem realmente precisa deve ser uma prioridade, mantendo a dignidade e o suporte básico às populações mais vulneráveis do país.
Imagem: fizkes / shutterstock.com