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Nova integração do BPC com Bolsa Família: Veja como isso pode resultar em renda dupla

O Brasil é um país com inúmeras iniciativas de apoio social voltadas para diferentes públicos, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

No entanto, uma dúvida que paira sobre muitas famílias é: é possível receber os dois benefícios ao mesmo tempo? Neste artigo, vamos explorar essa questão, analisando a legislação atual, as dificuldades enfrentadas, e as propostas em discussão para mudar esse cenário.

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Entendendo o Bolsa Família e o BPC

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Imagem: Inked Pixels / Shutterstock.com

O Bolsa Família é um programa de transferência de renda destinado a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, com o objetivo de garantir a elas acesso a serviços essenciais como educação e saúde. Para ter direito ao benefício, a renda familiar per capita deve ser de até R$ 218.

Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito garantido pela Constituição Federal a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência, que comprovem não ter meios de se sustentar e nem de serem sustentados por suas famílias.

O valor do BPC é de um salário mínimo (R$ 1.412), e ele não exige contribuição prévia à Previdência Social.

O Impasse: BPC como Renda

Apesar de ambos os benefícios serem voltados para pessoas em situação de vulnerabilidade, a legislação atual dificulta que uma família receba os dois ao mesmo tempo. Isso ocorre porque o BPC é considerado como renda no cálculo do Bolsa Família.

Se uma família recebe o BPC, que equivale a um salário mínimo, a renda per capita do grupo familiar pode facilmente ultrapassar os R$ 218 permitidos pelo Bolsa Família, impedindo o acesso ao programa.

Esse cálculo é motivo de controvérsia, pois muitos argumentam que o BPC não deveria ser considerado como renda, já que se trata de um benefício assistencial.

Proposta de mudança: PL 3.619/2023

Diante dessas dificuldades, foi proposto o Projeto de Lei PL 3.619/2023, que busca alterar a Lei do Bolsa Família.

O principal objetivo do projeto é retirar o BPC do cálculo de renda familiar para fins de concessão do Bolsa Família, permitindo que mais famílias em situação de vulnerabilidade possam acessar os dois benefícios.

O senador Flávio Arns (PSB-PR), defensor do projeto, argumenta que considerar o BPC como renda penaliza as famílias, especialmente aquelas com membros que possuem deficiência.

Segundo Arns, o BPC não é renda, mas sim um benefício destinado a garantir uma vida digna às pessoas com deficiência ou aos idosos que não têm outras fontes de sustento.

Como funciona a legislação atual

Atualmente, a lei não proíbe explicitamente o acúmulo dos dois benefícios. No entanto, as regras de renda são um grande obstáculo.

Se a renda per capita de uma família ultrapassa o limite de R$ 218 por pessoa, o acesso ao Bolsa Família é negado.

Isso faz com que famílias que já recebem o BPC, e que teriam direito ao Bolsa Família, fiquem de fora do programa.

Esse cenário é ainda mais complicado para famílias numerosas ou que dependem exclusivamente do BPC para sobreviver.

Como o valor do BPC é relativamente alto em comparação ao limite de renda do Bolsa Família, muitas dessas famílias acabam sendo excluídas do programa de transferência de renda.

O futuro do Projeto de Lei

O PL 3.619/2023 está atualmente em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e ainda precisa passar por diversas etapas antes de ser aprovado.

O próximo passo é o encaminhamento para o Senado Federal. Se aprovado, o projeto precisará ser sancionado pelo presidente para se tornar lei.

Caso o projeto seja aprovado, a exclusão do BPC do cálculo de renda familiar permitirá que mais famílias tenham acesso ao Bolsa Família, sem que o BPC interfira na concessão do benefício.

Isso seria um grande alívio para muitas famílias que hoje enfrentam dificuldades para atender às suas necessidades básicas.

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Imagem: rafapress / shutterstock.com

Conclusão: A importância da mudança

A possibilidade de acumular o Bolsa Família e o BPC é uma questão de justiça social.

A exclusão do BPC do cálculo de renda familiar ajudaria a garantir que as famílias mais vulneráveis possam contar com os dois benefícios, melhorando significativamente sua qualidade de vida.

Embora o caminho para a aprovação do PL 3.619/2023 ainda seja longo, a mobilização em torno do tema demonstra a importância dessa mudança.

A expectativa é que, com a aprovação do projeto, as famílias que mais precisam possam ter acesso a um suporte financeiro mais adequado às suas necessidades.

Jessica Cassana

Jéssica é especialista em benefícios sociais. Compartilha informações detalhadas sobre Bolsa Família, CRAS, Cadúnico e diversos programas do governo, ajudando você a entender e acessar seus direitos com facilidade e eficiência.

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