Pente-Fino em benefícios: Impacto fiscal em aberto
O governo anunciou um corte significativo de R$ 25,9 bilhões no orçamento de 2025, com destaque para os gastos com benefícios sociais. Desse total, R$ 19,2 bilhões estão associados a pagamentos considerados indevidos nos programas do Benefício de Prestação Continuada (BPC), do INSS, e do Bolsa Família.
Este movimento revela a tentativa de lidar com o elevado volume de recursos públicos destinados a esses programas, mas também levanta questões sobre a eficácia e os impactos fiscais dessas medidas.
Leia também:
Pente-Fino do INSS: Veja Como Saber se Seu Benefício Está Sendo Revisado
Revisão e cortes nos Benefícios Sociais
O governo federal intensificou a revisão de benefícios sociais como parte de sua estratégia fiscal para 2025. As áreas alvo incluem:
- Benefício de Prestação Continuada (BPC): Espera-se uma economia de R$ 6,4 bilhões com a revisão deste benefício, que assegura um salário mínimo a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade;
- Benefícios do INSS: Cortes de até R$ 10,5 bilhões são previstos, abrangendo auxílios-doença e outros benefícios previdenciários;
- Bolsa Família: O programa deve ter uma redução de R$ 2,3 bilhões, direcionando esforços para evitar pagamentos indevidos.
Somando estas iniciativas, o governo acredita que pode economizar até R$ 19,2 bilhões, refletindo uma estratégia agressiva para otimizar os gastos públicos.
Impactos e desafios do Pente-Fino
O governo está conduzindo um pente-fino rigoroso nos benefícios por incapacidade temporária (antigos auxílios-doença) do INSS, com a meta de revisar 800 mil pagamentos até o final do ano. A primeira fase identificou irregularidades em 45% dos benefícios auditados, com desvios associados a situações onde beneficiários continuaram a trabalhar sem atualizar suas condições.
O objetivo é alcançar uma economia de R$ 3 bilhões, embora haja preocupações sobre a eficácia real dessa economia.
No caso do BPC, o governo inicialmente projetou uma economia de R$ 6 bilhões através da atualização do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). No entanto, o ministério revisou suas expectativas, indicando que a eliminação de pagamentos indevidos pode não atingir esse valor devido à entrada de novos beneficiários que compensam as suspensões.
Necessidade de ação contínua
O pente-fino é uma resposta necessária à crescente incidência de fraudes e erros na administração de recursos públicos. Casos passados, como o cruzamento de beneficiários do Bolsa Família com servidores públicos, evidenciam a necessidade de rigor na gestão e controle dos programas sociais.
A presença de beneficiários fora do CadÚnico sinaliza falhas que precisam ser corrigidas com maior atenção à atualização e ao controle rigoroso das informações.
Embora o pente-fino seja crucial para alcançar metas fiscais e combater fraudes, ele não deve ser o único mecanismo para assegurar a boa administração dos recursos públicos. A vigilância constante e a gestão prudente são essenciais para garantir que o dinheiro público seja utilizado de maneira eficiente e justa.
Conclusão
O pente-fino nos benefícios sociais representa uma tentativa do governo de enfrentar irregularidades e otimizar os gastos públicos, mas enfrenta desafios significativos.
A verdadeira eficácia dessas medidas e seu impacto fiscal final ainda estão em avaliação, e a gestão contínua e eficiente dos programas sociais é fundamental para evitar futuros problemas.
Imagem: Prostock-studio / Envato