A crise entre o governo federal e os trabalhadores da Previdência Social atinge um novo patamar com a audiência de conciliação agendada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o dia 20 deste mês.
As negociações estão em frangalhos, pois o governo federal assinou um acordo com uma entidade que não representa a maioria dos funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ignorando as principais federações de servidores.
A greve, que já se estende por quase três meses, pode se prolongar ainda mais se a situação não for resolvida de forma satisfatória para todas as partes.
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Descontentamento e continuidade da greve do INSS
O descontentamento entre os trabalhadores persiste, e a greve continua, afetando a rotina dos serviços prestados pelo INSS.
A decisão do governo de negociar com uma entidade não representativa gerou uma tensão significativa entre os servidores, levando a uma continuidade da paralisação. A greve já dura quase três meses e a situação pode se agravar ainda mais se não houver uma resolução adequada.
Medidas governamentais e impactos
O governo federal, por sua vez, considera o acordo como legítimo e, em resposta à greve prolongada, emitiu um ofício que determina o desconto dos dias não trabalhados dos salários dos grevistas.
A decisão, assinada por Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, e Roberto Carneiro da Silva, diretor de Gestão de Pessoas, desconsidera a ausência dos servidores como parte do movimento reivindicatório, tratando-a como falta não justificada.
Ações judiciais e multas
Em julho, a União judicializou a greve e obteve no STJ uma liminar que limita a paralisação a 15% dos funcionários do INSS. Caso a decisão seja descumprida, os sindicatos podem enfrentar uma multa diária de R$ 500 mil.
O governo argumenta que a paralisação está interrompendo a prestação de serviços essenciais à população, justificando assim a intervenção judicial para limitar o movimento.
Conclusão
A audiência marcada para o dia 20 pode ser um ponto crucial para a resolução da greve, mas o clima de desconfiança e as medidas rigorosas adotadas pelo governo indicam que a crise pode persistir.
A situação exige uma mediação eficaz para evitar que o impasse afete ainda mais os serviços prestados pelo INSS e os direitos dos trabalhadores.
Imagem: Diego Grandi / shutterstock.com