Bolsa Família pode sofrer cortes em 2025: O que mudará com o ajuste de despesas?
Em 2025, o governo federal planeja realizar um corte significativo nas despesas públicas, incluindo um contingenciamento de R$ 25 bilhões. Essa medida, voltada para cumprir a meta fiscal, pode afetar diretamente o programa Bolsa Família, que já está em seu segundo ano sem reajuste.
A proposta orçamentária para o próximo ano reflete uma diminuição no valor destinado ao programa social, levantando preocupações sobre o impacto para milhões de famílias brasileiras que dependem desse auxílio.
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Corte no Bolsa Família
O Bolsa Família é um dos principais programas sociais do país, atendendo atualmente cerca de 20,9 milhões de famílias. No entanto, a proposta de orçamento para 2025 destina R$ 167,2 bilhões ao programa, uma redução de R$ 1,4 bilhão em comparação ao valor reservado para 2024.
Embora não tenha sido anunciado um corte direto no valor recebido pelos beneficiários, o cenário de congelamento dos valores por dois anos consecutivos já gera perda do poder de compra, principalmente devido à inflação.
Impacto no valor do benefício
Até o momento, o governo não planeja reduzir os valores que as famílias recebem, com o benefício mínimo mantido em R$ 600 por família. No entanto, sem um reajuste para acompanhar a inflação, o poder de compra desses valores será enfraquecido, o que preocupa especialistas e as próprias famílias assistidas.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, afirmou que, por enquanto, não há uma previsão de aumento. Porém, a equipe do governo está atenta à evolução da inflação, especialmente para as classes mais vulneráveis. Segundo Dias, o objetivo é garantir a assistência social de forma digna, mas sem comprometer o equilíbrio fiscal.
Previsão de redução no número de novos beneficiários
Outra consequência possível do ajuste fiscal é a redução no número de novos beneficiários do Bolsa Família. Com o corte de despesas, a entrada de novas famílias no programa pode ser afetada em 2025, limitando o alcance do benefício. No entanto, o governo destacou que a redução de novos beneficiários ainda não é definitiva e pode ser revertida, caso as condições fiscais permitam.
O Ministério do Planejamento já havia sinalizado, em conjunto com a equipe econômica, que o esforço de contenção é essencial para evitar um déficit ainda maior no próximo ano.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Gustavo Guimarães, o contingenciamento é parte de um processo contínuo e necessário para o equilíbrio das contas públicas. “Se não tivéssemos feito esse esforço, teríamos R$ 25,9 bilhões a mais de despesa no ano que vem. Trata-se, sim, de um corte de gastos”, destacou.
Perspectivas para 2025: acesso e sustentabilidade fiscal
Com o congelamento do Bolsa Família e o ajuste fiscal em andamento, o cenário para 2025 apresenta desafios para o governo e para as famílias que dependem desse auxílio. A prioridade do governo é continuar garantindo o atendimento aos beneficiários, mas sem comprometer a responsabilidade fiscal, conforme afirmou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.
Ainda que o governo reforce o compromisso com a assistência social, a falta de reajuste já afeta as famílias, que enfrentam um aumento no custo de vida sem a devida correção no valor do benefício.
Além disso, as discussões sobre o número de novos beneficiários e a sustentabilidade do programa devem permanecer em pauta nos próximos meses, com possíveis ajustes ao longo do ano.
Conclusão
O ajuste fiscal de 2025 traz incertezas para o Bolsa Família, com a perspectiva de cortes e menor capacidade de incluir novos beneficiários. Embora o valor do benefício esteja mantido, a ausência de reajustes já gera preocupação quanto à perda de poder aquisitivo.
O governo enfrenta o desafio de equilibrar a responsabilidade fiscal com a necessidade de manter uma rede de proteção social robusta.
Imagem: Joa Souza / shutterstock.com