O Banco Central (BC) anunciou a recuperação de mais de R$ 1 bilhão por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado para resolver problemas relacionados a fraudes e falhas operacionais no sistema Pix.
Desde a implementação do MED em novembro de 2021, o total restituído já ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão. Em 2024, até julho, o mecanismo devolveu R$ 317 milhões aos usuários.
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De acordo com dados do BC, entre janeiro e julho de 2024, foram registrados 2,5 milhões de pedidos de devolução relacionados a fraudes.
No entanto, apenas 32% dessas solicitações foram atendidas. O valor total recuperado foi de R$ 284 milhões, o que representa cerca de 8% do montante solicitado.
Em casos de falhas operacionais, foram identificadas 63 mil ocorrências, resultando na devolução de R$ 33 milhões dos R$ 73 milhões reclamados, uma taxa de sucesso de 45,1%.
Desafios na recuperação de valores
O BC atribui a baixa taxa de recuperação em grande parte à velocidade com que os golpistas movimentam os recursos entre contas, o que complica o bloqueio e a devolução do dinheiro. O MED depende da existência de recursos na conta de destino e os bancos têm um prazo de 30 minutos para iniciar as solicitações de devolução após identificar uma fraude, visando acelerar o processo.
Para enfrentar esses desafios, o Banco Central está desenvolvendo uma versão aprimorada do MED, conhecida como “MED 2.0”. Esta atualização, prevista para ser lançada até o final de 2025, permitirá o rastreamento completo das transações Pix e facilitará o bloqueio dos recursos nas contas dos golpistas.
Fraude no uso do MED
Uma fraude crescente envolve o uso indevido do próprio MED. Nessa situação, o golpista contata a vítima após receber um Pix indevido e solicita a devolução do dinheiro, fornecendo uma chave Pix diferente da original.
A vítima, acreditando estar fazendo a coisa certa, transfere os valores para a chave fornecida pelo golpista. O fraudador, então, abre um protocolo no MED alegando ter sido vítima de um golpe, resultando na devolução do valor, que acaba sendo debitado da conta da vítima duas vezes.
O Banco Central continua a monitorar e aprimorar os mecanismos de proteção para mitigar os impactos das fraudes e falhas no Pix. As medidas em desenvolvimento visam tornar o sistema mais seguro e eficiente para os usuários.
Imagem: Brenda Rocha – Blossom / shutterstock.com
