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BC pode aumentar Selic em setembro apesar da deflação de agosto

A recente deflação registrada em agosto não impede que o Banco Central (BC) considere um aumento na taxa Selic em sua próxima reunião.

O cenário econômico atual exige uma análise detalhada dos fatores que pressionam a inflação para que a decisão sobre a Selic seja a mais acertada.

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Análise da inflação e da Selic

Banco Central
Imagem: Jo Galvao / shutterstock.com

O BC enfrenta um dilema: embora a deflação de agosto sugira um alívio nos preços, a decisão sobre a Selic dependerá de uma avaliação mais abrangente dos componentes que impactam a inflação.

Conforme explica Braz, se a alta dos preços for resultado de fatores externos, como a escassez de alimentos devido à seca, o aumento da Selic pode não ser eficaz.

No entanto, se o aumento da inflação for impulsionado pelo consumo excessivo, uma elevação da taxa pode ajudar a controlar a pressão inflacionária.

A visão dos especialistas

Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, destaca que o Comitê de Política Monetária (Copom) está atento a diversos indicadores para orientar sua decisão, não apenas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “O IPCA é importante, talvez seja o mais importante [dos indicadores], mas vai ser analisado com os demais”, afirma Megale. A decisão sobre a Selic levará em conta também o câmbio, o desemprego e o PIB.

Por outro lado, Silvio Campos Neto, economista e sócio da consultoria Tendências, sugere que o BC deve adotar uma postura de aperto monetário moderado.

Embora a inflação não esteja fora de controle, ela permanece mais persistente do que o esperado. “Não é uma inflação fora de controle ou excessivamente alta, mas é mais persistente, que não mostra, pelo menos por ora, sinais de que vai recuar muito além do que já recuou”, afirma Campos Neto.

Impactos da Selic na economia

A taxa Selic, conhecida como taxa “básica”, influencia outras taxas de juros no mercado, afetando diretamente empréstimos, financiamentos e investimentos. Juros mais baixos incentivam o consumo e o crédito, enquanto juros mais altos desestimulam essas atividades. A Selic também impacta a geração de empregos; uma taxa elevada aumenta o custo para as empresas, reduzindo investimentos e contratações.

Além disso, a Selic influencia o mercado financeiro. Juros baixos tendem a aumentar a demanda por investimentos de risco, como ações, enquanto juros altos favorecem produtos de renda fixa, como títulos do Tesouro e CDBs.

Tempo de reação

É importante notar que uma possível alta na Selic pode levar de seis a nove meses para mostrar seus efeitos completos na economia e ajudar a conter a inflação.

Expectativas e incertezas

Silvio Campos Neto aponta que as expectativas estão desancoradas, refletindo incertezas quanto à capacidade de atingir a meta de inflação. Fatores como o aumento dos gastos públicos, mudanças na presidência do BC e a redução da meta de inflação contribuem para essas incertezas.

Em resumo, enquanto o BC avalia se a Selic deve ser aumentada, a análise dos fatores inflacionários e das expectativas econômicas continuará a desempenhar um papel crucial na formulação da política monetária.

Imagem: rafastockbr / Shutterstock

Fernanda Ramos

Fernanda é graduanda em Letras Vernáculas pela UFBA. Estruturadora de textos nos portais Seu Benefício Digital e Benefícios para Todos.

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