Na manhã desta quarta-feira, 11 de setembro, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação de grande envergadura para desmantelar uma sofisticada rede criminosa especializada em fraudes previdenciárias no estado do Rio de Janeiro.
A ação, nomeada Operação Estelião II, visa combater a corrupção e o desvio de recursos destinados ao sistema previdenciário.
Leia mais:
Quais são os benefícios previdenciários por incapacidade no BPC?
Descoberta de esquema de fraude na Previdência Social: mandados e apreensões
Durante a operação, foram executados dois mandados de prisão preventiva, 12 mandados de busca e apreensão, e três medidas cautelares, incluindo dois afastamentos de cargos públicos.
As diligências cobriram os municípios de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios, Belford Roxo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro. Esta é a segunda fase da operação, que teve início em 19 de dezembro de 2023.
Na etapa anterior, foram apreendidos 27 cartões bancários em nome de terceiros, 70 documentos de identidade falsificados e um manuscrito com informações detalhadas sobre 21 benefícios previdenciários, revelando um esquema extenso e bem estruturado de fraudes.
Material apreendido e prejuízo
Além dos documentos e cartões, a PF encontrou uma carteira da OAB/RJ, obtida ilegalmente pelos criminosos através de documentos falsos. Essa carteira foi utilizada para enganar as autoridades e obter vantagens indevidas.
A investigação revelou a existência de 27 benefícios fraudulentos, em sua maioria concedidos desde 2010, resultando em um prejuízo estimado de R$ 8.710.000 aos cofres públicos.
Envolvimento e bloqueio de bens
O esquema envolvia uma rede complexa de gerentes bancários, servidores do INSS, despachantes e indivíduos que se passavam por beneficiários fictícios.
As ordens judiciais também determinaram o bloqueio de bens dos envolvidos, no valor correspondente ao dano causado, além do sequestro de 11 imóveis.
Apoio e perspectivas legais
A operação contou com a colaboração do Núcleo Regional de Inteligência da Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro e da Unidade de Inteligência da Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários da PF/RJ. Os acusados enfrentam acusações de associação criminosa, estelionato previdenciário, falsidade de documento público e lavagem de dinheiro, com penas que podem exceder 26 anos de prisão.
O nome da operação, Estelião II, faz referência ao lagarto Estelião, associado popularmente à ideia de engano e dissimulação, refletindo a natureza enganosa das fraudes descobertas.
Imagem: Celso Pupo / Shutterstock.com