Aumento da Selic para 10,75% marca a primeira alta em mais de dois anos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic para 10,75% ao ano, marcando o primeiro aumento em mais de dois anos.
A decisão, que ocorreu na última sexta-feira, 13 de setembro, foi tomada por unanimidade e reflete as recentes pressões inflacionárias e a valorização do dólar.
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Motivos para o aumento da taxa
O Banco Central fundamentou a decisão em uma série de fatores econômicos, incluindo a alta recente do dólar e a persistente incerteza inflacionária. Além disso, pressões no mercado de trabalho e um hiato positivo do produto – onde a economia está consumindo mais do que sua capacidade de produção – também foram considerados.
A última alteração na Selic aconteceu em agosto de 2022, quando a taxa foi aumentada de 13,25% para 13,75% ao ano.
Histórico recente da Taxa Selic
Após esse aumento, a Selic passou a ser reduzida gradualmente ao longo do último ano, com seis cortes de 0,5 ponto percentual e um corte de 0,25 ponto percentual, reduzindo a taxa para 10,5% ao ano até maio deste ano.
As reuniões de junho e julho deste ano mantiveram a taxa nesse nível, sem alterações.
Previsões futuras e impacto da inflação
O Copom não apresentou previsões concretas sobre o futuro da taxa Selic, destacando que os ajustes futuros dependerão da evolução da inflação e do compromisso com a meta inflacionária. Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma leve queda de 0,02%, atribuída à redução no preço da energia.
No entanto, a inflação está prevista para se aproximar do teto da meta deste ano, que é de até 4,5%, acumulando uma alta de 4,24% em 12 meses.
Impactos da alta da Selic na economia
O aumento da Selic tem como principal objetivo conter a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando a produção e o consumo. No entanto, taxas de juros mais altas também podem dificultar o crescimento econômico.
O último Relatório de Inflação do Banco Central projetou um crescimento econômico de 2,3% para 2024, embora o mercado, conforme o boletim Focus, preveja uma expansão mais robusta de 2,96% para o Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
Reações e perspectivas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recentemente argumentou que o choque de oferta de alimentos não deveria ser abordado exclusivamente por meio de aumentos na taxa de juros. Essa posição sugere uma abordagem mais equilibrada para enfrentar as pressões inflacionárias e garantir a estabilidade econômica no país.
A recente decisão do Banco Central sinaliza uma nova fase na política monetária brasileira, com implicações significativas para a economia e o cotidiano dos brasileiros.
Imagem: rafastockbr / Shutterstock