Haverá horário de verão em 2024? Descubra as intenções do governo para o final do ano
O debate sobre o retorno do horário de verão em 2024 está gerando grande expectativa entre os brasileiros. A proposta de adiantar os relógios em uma hora visa, principalmente, a redução do consumo de energia elétrica e o melhor aproveitamento da luz solar.
Introduzido em 1931 e formalizado em 2008, o horário de verão foi abolido em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro, que justificou a decisão alegando que a prática não se adequava mais aos novos padrões de consumo energético da população.
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O papel do governo na decisão
Apesar da recomendação para a volta do horário de verão, a decisão final permanece nas mãos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já reconheceu a importância da medida, principalmente para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país.
Segundo estudos, a adoção do horário de verão poderia resultar em uma redução de até 2,9% na demanda máxima de energia durante a noite, tanto em dias úteis quanto nos fins de semana, mesmo diante de variações climáticas.
Quando começa o horário de verão em 2024?
Se a proposta for aprovada, o horário de verão de 2024 começará no primeiro domingo de novembro, ou seja, no dia 3, às 00h. No entanto, a confirmação ainda não foi feita, e a proposta está sob discussão entre as autoridades.
Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 20 de setembro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que levará a proposta ao presidente Lula, além de consultar outros ministérios, setores econômicos e o Judiciário. A expectativa é que uma decisão seja divulgada em breve.
Sustentabilidade energética e economia
O retorno do horário de verão é visto por Silveira como uma medida importante na luta contra a crise climática. Ele ressaltou a eficiência energética que a prática pode proporcionar, citando o Canadá como um exemplo positivo.
O ministro também tranquilizou os cidadãos ao afirmar que não há previsão de crise energética para este ano, com a expectativa de que as chuvas se normalizem em 2024, conforme apontado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Impacto na conta de luz dos consumidores
O retorno do horário de verão poderá ter implicações diretas nas contas de energia, embora os resultados possam não ser tão significativos quanto esperado. Zebedeu Souza, diretor comercial da Matrix Energia, apontou que a adoção do horário de verão não garante necessariamente uma redução significativa nas despesas de eletricidade.
“A economia de energia gerada pela prática ocorre principalmente nos horários de pico do consumo (entre 18h e 21h), o que afeta mais as redes de distribuição e o sistema elétrico como um todo do que diretamente as residências”, analisa Souza.
A implementação do horário de verão é considerada uma ferramenta valiosa para otimizar a gestão do sistema elétrico, reduzindo a necessidade de bandeiras tarifárias mais elevadas, o que pode se refletir indiretamente nas contas de energia dos consumidores.
Com a diminuição do consumo de energia no período noturno, o sistema elétrico pode operar de maneira mais equilibrada, diminuindo a necessidade de ativação de usinas termelétricas.
Considerações finais
Em setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) introduziu a bandeira vermelha tipo 1, que acarreta um custo adicional de R$ 4,463 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, além das tarifas normais.
Embora o horário de verão possa aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, Souza enfatiza que, em tempos de estiagem severa, essa medida isoladamente não é suficiente para enfrentar uma crise energética.
O retorno do horário de verão 2024 representa não apenas uma tentativa de economia de energia, mas também um passo em direção a um uso mais sustentável dos recursos energéticos do país.
Imagem: Freepik