Lula deve vetar uso do cartão do Bolsa Família em sites de apostas, afirma Haddad
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está propenso a vetar o uso do cartão do Bolsa Família para pagamentos em apostas on-line. A declaração foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (1º). A decisão ainda será discutida em uma reunião com outros ministros, onde será abordada a preocupação com a dependência psicológica dos apostadores.
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Reuniões e discussões
Haddad comentou que o assunto será levado a uma reunião conjunta com os ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, além do Ministério da Saúde. Ele ressaltou que a decisão não é exclusiva da Fazenda e deve envolver a opinião de diversos ministérios.
“Quinta-feira tenho reunião com ele (Lula). Presidente está inclinado a não permitir (o cartão do Bolsa Família), mas vamos ouvir os ministros. É uma decisão que não vai ser exclusiva da Fazenda, vai envolver outros ministros também”, afirmou o ministro.
Medidas de proteção aos apostadores
Além do veto ao uso do cartão do Bolsa Família, o governo federal também considera restringir outros meios de pagamento, como o Pix. Haddad enfatizou que a proteção dos apostadores é uma prioridade, principalmente em relação ao assédio publicitário das casas de apostas.
“Está tudo sendo discutido para limitar as formas de pagamento para proteger as famílias. Vamos discutir as formas de pagamento com a Febraban”, declarou Haddad, ressaltando que uma reunião com entidades do setor publicitário também está agendada.
Publicidade fora de controle
Em entrevista à Rádio CBN, Haddad expressou sua preocupação com a publicidade das apostas on-line, afirmando que ela está fora de controle no Brasil.
“A gente entende que é urgente uma tomada de providências para evitar esse assédio televisivo, dos meios de comunicação”, disse o ministro.
Ações imediatas
O Ministério da Fazenda anunciou que nesta terça-feira será divulgada uma lista com as casas de apostas autorizadas a operar no país. Sites que não se registraram junto ao governo começarão a ser retirados do ar em até dez dias, para permitir que os apostadores possam retirar seus fundos.
Com essas iniciativas, o governo busca não apenas regulamentar o setor de apostas, mas também proteger os cidadãos, especialmente os beneficiários do Bolsa Família, de potenciais riscos financeiros.
Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil