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Endividamento familiar: 1,45 milhão de novas dívidas nos últimos anos

O endividamento familiar no Brasil atingiu níveis preocupantes nos últimos anos, com um aumento significativo no número de famílias em situação de dívida. Segundo um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 77% das famílias estão atualmente lidando com algum tipo de obrigação financeira, o que representa a adição de 1,45 milhão de novas dívidas em apenas dois anos. Este cenário acende um alerta sobre as condições financeiras das famílias brasileiras e os desafios que enfrentam para equilibrar suas contas.

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Panorama do endividamento no Brasil

Renegociação de dívidas Caixa
Imagem: nameeradesignlab / Freepik

De acordo com a pesquisa realizada em julho, que entrevistou 18 mil famílias em 27 capitais, 29% das famílias estão com contas em atraso e 13% afirmaram não ter condições de quitar suas dívidas.

A situação é mais crítica no Sudeste, onde mais da metade das famílias endividadas reside. As capitais com maior número de famílias em dívida incluem:

  • São Paulo: 2.888.081 famílias
  • Rio de Janeiro: 2.028.143 famílias
  • Distrito Federal: 765.823 famílias
  • Belo Horizonte: 744.993 famílias
  • Fortaleza: 712.465 famílias

Alta taxa de endividamento por região

Além do número absoluto de famílias endividadas, a porcentagem de endividados varia consideravelmente entre as capitais.

Em Porto Alegre e Vitória, a taxa atinge impressionantes 91%, enquanto Belo Horizonte, Boa Vista e Curitiba têm 90%. Fortaleza não fica atrás, com 88%.

Por outro lado, cidades como Campo Grande e Salvador apresentam taxas menores, em torno de 66%, e Goiânia e Macapá registram 68%.

Mudanças nas taxas de endividamento em 2024

A comparação entre os dados de 2022 e 2024 revela um aumento do percentual de famílias endividadas em várias capitais. Teresina viu um salto de 61% para 86%, João Pessoa passou de 78% para 87%, e Porto Velho de 72% para 84%.

Entretanto, algumas cidades como Rio Branco e São Paulo tiveram uma diminuição no endividamento, indicando uma diversidade nas condições financeiras enfrentadas por diferentes regiões.

Causas e consequências

A FecomercioSP ressalta que as variações nas taxas de endividamento estão ligadas a fatores macroeconômicos, incluindo inflação, juros e renda familiar. Esses indicadores podem tornar o crédito mais caro, aumentando o risco de inadimplência, especialmente em um contexto de juros elevados e inflação.

A nota técnica da instituição afirma que, embora o acesso ao crédito e o aumento do consumo sejam positivos, um gerenciamento inadequado das dívidas pode levar a problemas financeiros severos e exclusão do mercado.

Perspectivas futuras

O economista Fábio Pina, assessor da FecomercioSP, observa que o grau de endividamento das famílias está ligeiramente acima da média histórica. No entanto, ele acredita que a situação do emprego e a renda relativamente estável permitem uma reorganização das contas.

Pina prevê uma desaceleração gradual da economia no próximo ano, o que pode dar tempo para as famílias ajustarem suas finanças. “Eu não antevejo um solavanco, mas sim uma desaceleração que possibilitará ajustes necessários”, explica.

Considerações finais

O crescente endividamento familiar é um sinal de alerta que não pode ser ignorado. À medida que mais famílias assumem dívidas, a necessidade de gestão financeira eficaz torna-se ainda mais crítica.

Medidas que incentivem o consumo devem ser equilibradas com políticas que protejam os orçamentos familiares, principalmente das camadas mais vulneráveis da população.

O futuro financeiro das famílias brasileiras depende de uma combinação de responsabilidade na tomada de crédito e apoio institucional para evitar a inadimplência.

Com informações de Agência Brasil

Imagem: chormail / Envato

Fernanda Ramos

Fernanda é graduanda em Letras Vernáculas pela UFBA. Estruturadora de textos nos portais Seu Benefício Digital e Benefícios para Todos.

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