Após mais de três meses de paralisação e impasses que afetaram milhares de segurados, a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem data marcada para ser encerrada. O movimento, que teve início em 16 de julho e afetou o atendimento nas agências de todo o país, será oficialmente concluído com a assinatura de um acordo entre os representantes sindicais e o governo federal. Esse acordo, previsto para a hoje (6), simboliza o fim de uma série de tentativas de negociação que até então haviam sido infrutíferas.
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Motivações e longa duração da greve no INSS
A paralisação de 112 dias, promovida pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), surgiu de uma série de reivindicações dos servidores.
Durante os primeiros meses, houve várias tentativas de diálogo entre os grevistas e o governo federal, mediadas inclusive pelo Gabinete da Presidência.
No entanto, as negociações permaneceram estagnadas, prolongando a greve e afetando significativamente os serviços da Previdência Social.
Impacto no atendimento e aumento na demanda
A paralisação dos servidores do INSS gerou uma expressiva queda na prestação de serviços essenciais. Foram mais de quatro mil perícias médicas remarcadas, além de aproximadamente cem mil pessoas sem atendimento nas agências da Previdência Social.
Esse cenário também impulsionou o número de pedidos iniciais de reconhecimento de direitos previdenciários, que saltou de cerca de 1,35 milhão para 1,5 milhão — um aumento de 11,27%, pressionando ainda mais o sistema.
Acordo para encerrar a greve e o papel do STJ
O encerramento da greve será formalizado por meio do “Acordo de Greve 37”, com assinatura marcada para o próximo dia 6, às 10h, em Brasília.
Segundo o INSS, a paralisação promovida pela Fenasps teria fundamento jurídico questionável, especialmente após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em setembro, que considerou o acordo firmado entre o governo federal e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) como válido e rejeitou o pedido da Fenasps para anulação do mesmo.
Com essa decisão, o STJ determinou ainda que a greve se limitasse a apenas 15% dos servidores de cada unidade do INSS, impondo uma multa diária de R$ 500 mil ao sindicato em caso de descumprimento.
Repercussão e expectativa para retomada dos serviços
A suspensão da greve traz alívio tanto para o governo quanto para os segurados, que enfrentaram longas esperas por atendimento. A assinatura do acordo marca o compromisso entre as partes e a retomada integral dos serviços nas agências da Previdência Social.
Segundo o secretário de Previdência, o encerramento do movimento é fundamental para a normalização do atendimento e para a diminuição do acúmulo de pedidos represados.
A expectativa agora é que, com o fim da greve, o INSS possa reorganizar sua estrutura de atendimento e restabelecer prazos para os segurados, oferecendo um serviço mais eficiente e menos impactado por paralisações futuras.
Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
