Cesta básica tem aumento de 7% e atinge R$ 773,70
O preço da cesta básica de alimentos sofreu um aumento significativo nos últimos meses, alcançando um valor médio de R$ 773,70 em outubro de 2024, marcando um crescimento de 7% em comparação com o mês anterior. O impacto desse aumento foi sentido de maneira desigual nas diversas regiões do Brasil, com algumas capitais apresentando elevações consideráveis. Este artigo analisa as variações no custo da cesta básica, o impacto no poder de compra dos trabalhadores e a relação com o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família.
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Aumento dos preços nas capitais brasileiras
Entre setembro e outubro de 2024, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) observou uma alta nos preços da cesta básica em 17 capitais do país. As maiores variações ocorreram em Campo Grande (5,10%), Brasília (4,18%), Fortaleza (4,13%), Belo Horizonte (4,09%), Curitiba (4,03%) e Natal (4,01%).
Embora o Rio de Janeiro tenha registrado um aumento mais moderado de 2,17%, ele ainda figura entre as capitais com os preços mais altos, com a cesta básica custando R$ 773,70.
São Paulo, o estado com a cesta básica mais cara, lidera o ranking com um preço de R$ 805,84. Outras cidades como Florianópolis (R$ 796,94) e Porto Alegre (R$ 774,32) também apresentam valores elevados, refletindo uma tendência de aumento nos custos. Em contraste, no Norte e Nordeste, as capitais Aracaju, Recife e Salvador registraram os preços mais baixos da cesta, variando entre R$ 519,31 e R$ 560,65.
Variação no custo entre outubro de 2023 e 2024

A comparação entre outubro de 2023 e 2024 revela que, entre as 17 capitais analisadas, 12 experimentaram um aumento no custo da cesta básica. Campo Grande (9,97%), Brasília (9,77%), Goiânia (9,32%) e São Paulo (9,17%) lideram as altas. Já no Rio de Janeiro, o aumento foi de 7,28%.
Algumas cidades, como Recife (-1,60%) e Fortaleza (-1,17%), registraram redução no valor da cesta, oferecendo um alívio momentâneo para seus moradores.
O impacto no salário mínimo
De acordo com o Dieese, o valor da cesta básica em São Paulo é um reflexo direto da pressão sobre o orçamento familiar. Para uma família de quatro pessoas, o salário mínimo necessário para cobrir o custo da cesta básica em outubro de 2024 seria de R$ 6.769,87, ou seja, quase 5 vezes o valor do piso salarial de R$ 1.412. Esse valor representou um pequeno aumento em relação ao mês anterior, quando o salário mínimo necessário era de R$ 6.657,55.
Comparando com outubro de 2023, o valor necessário para manter uma família no estado de São Paulo era de R$ 6.210,11. Esses números evidenciam a crescente pressão sobre os orçamentos das famílias brasileiras, especialmente em capitais onde o custo de vida é mais elevado.
A relação entre a jornada de trabalho e o custo da cesta básica
Outro fator crucial para entender o impacto da alta da cesta básica é o tempo de trabalho necessário para adquirir os itens essenciais. Em outubro de 2024, o trabalhador que recebe o salário mínimo precisou trabalhar em média 105 horas e 14 minutos para conseguir comprar a cesta básica. Esse tempo é superior ao de setembro (102 horas e 14 minutos), mas inferior ao de outubro de 2023, quando eram necessárias 107 horas e 17 minutos de trabalho.
Esse dado revela que, embora o trabalhador brasileiro tenha visto uma leve melhoria na relação entre tempo de trabalho e o custo da cesta básica em comparação com o ano passado, o aumento contínuo nos preços ainda exige um grande sacrifício.
O comprometimento do salário mínimo no orçamento familiar
Quando analisado o comprometimento do salário mínimo com o custo da cesta básica, a situação continua preocupante. Em outubro de 2024, os trabalhadores que recebem o piso nacional precisaram destinar 51,72% do seu rendimento para a compra dos alimentos essenciais. Em setembro de 2024, esse percentual foi de 50,24%, e em outubro de 2023, ele era ainda maior, alcançando 52,72%.
Esses números destacam uma realidade difícil para muitas famílias brasileiras, que enfrentam uma constante pressão financeira para garantir o acesso a alimentos básicos, enquanto lidam com o crescimento dos preços.
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