Proposta para acabar com a escala 6×1 atinge número de assinaturas e vai ao Congresso
A pressão das redes sociais e o crescente apoio popular impulsionaram uma proposta de grande impacto no cenário trabalhista brasileiro. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa o fim da escala de trabalho 6×1, onde os trabalhadores trabalham seis dias consecutivos e folgam no sétimo, superou o número mínimo de assinaturas necessárias para ser apreciada pelo Congresso Nacional. Com 194 deputados já assinando a PEC, o debate sobre a reformulação dessa jornada de trabalho está cada vez mais próximo de acontecer.
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O que é a escala 6×1?
Atualmente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) permite que a jornada semanal de 44 horas seja distribuída de diversas formas. Uma delas é a conhecida escala 6×1, em que o trabalhador realiza um expediente de sete horas diárias durante seis dias consecutivos e tem o sétimo dia de folga.
Esse modelo tem sido alvo de críticas, especialmente por aqueles que argumentam que ele prejudica a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores.
A PEC que quer mudar a realidade dos trabalhadores
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Com o apoio crescente de parlamentares, a PEC visa abolir a escala 6×1, permitindo que os trabalhadores tenham mais controle sobre seus horários e, consequentemente, uma qualidade de vida melhor.
Para que a proposta seja debatida no Congresso, era necessário que ao menos 171 deputados, ou um terço da composição da Câmara dos Deputados, assinassem o texto. Com 194 assinaturas até o momento, a PEC segue para análise parlamentar.
A proposta foi encabeçada pelo vereador de São Paulo Rick Azevedo (PSOL), que trouxe a questão ao Congresso Nacional. A discussão foi ampliada quando a deputada Erika Hilton (PSOL), integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, defendeu que a extinção da escala 6×1 proporcionaria uma melhoria significativa na saúde mental dos trabalhadores.
Apoio e resistência
O apoio à PEC se estende a diversos setores, especialmente entre parlamentares de esquerda e progressistas. A bancada do PSOL, junto a parte da do PT, endossou a proposta.
No entanto, a resistência é notável entre os partidos de direita, como o PL, cuja bancada possui apenas um deputado, Fernando Rodolfo (PE), entre os signatários da PEC.
O impacto nas redes sociais
A proposta de extinguir a escala 6×1 ganhou ampla visibilidade nas redes sociais, especialmente entre grupos progressistas.
A influenciadora digital Nath Finanças foi uma das personalidades que se manifestaram sobre o tema, gerando repercussão com um meme que satirizava a situação e chamava a atenção para a pauta trabalhista. Seu post, que incluía uma imagem de deputados federais com a frase “Trabalhamos 3×4 e somos contra a PEC pelo fim da escala 6×1”, gerou muitos comentários e interações.
A importância da saúde mental no ambiente de trabalho
Uma das principais justificativas para a mudança na escala de trabalho é o impacto negativo que a jornada 6×1 tem na saúde mental dos trabalhadores.
Para Erika Hilton, “os trabalhadores têm sua condição de saúde mental afetada por essa lógica do trabalho 6×1”, e citou exemplos de países mais desenvolvidos que já abandonaram esse modelo de jornada.
O movimento, que busca alterar a forma de organização do trabalho no Brasil, pretende abrir um debate sobre melhores condições para os trabalhadores, que, segundo a deputada, não devem ser submetidos a um “modelo escravocrata” de trabalho.
O futuro da PEC no Congresso
Com as assinaturas garantidas, a PEC agora segue para discussão no Congresso Nacional. Embora tenha enfrentado resistência, a proposta reflete um movimento crescente por melhores condições de trabalho e mais equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos brasileiros.
O debate está apenas começando, mas a pressão das redes sociais e o apoio popular mostram que a discussão sobre a escala 6×1 tem força para gerar mudanças significativas.
Fonte: Extra
Imagem: Freepik