A pensão por morte é um benefício concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos dependentes de segurados falecidos.
Em 2024, o benefício segue normas específicas, que determinam quem pode recebê-lo, o valor e a duração dos pagamentos. Para os familiares que dependiam financeiramente do segurado, compreender essas regras é essencial para garantir acesso ao recurso.
Leia mais:
Lula pede inclusão de ministério no corte de gastos, adiando anúncio, diz Haddad
Quem Tem Direito à Pensão por Morte no INSS?
A pensão por morte é destinada aos dependentes do segurado falecido, organizados em uma hierarquia de classes.
A existência de dependentes em uma classe exclui automaticamente os das classes subsequentes, garantindo que o benefício seja direcionado àqueles que realmente dependiam do segurado.
- Primeira classe: cônjuges ou companheiros(as), filhos menores de 21 anos e filhos de qualquer idade com invalidez ou deficiência grave.
- Segunda classe: pais do segurado, desde que comprovem dependência econômica.
- Terceira classe: irmãos não emancipados menores de 21 anos ou com invalidez ou deficiência, também mediante comprovação de dependência econômica.
Essas classes foram estabelecidas para que o benefício seja direcionado aos familiares mais dependentes financeiramente do segurado, oferecendo proteção após a perda.
Requisitos para a Concessão do Benefício
Para que a pensão por morte seja concedida, é preciso que o segurado tenha uma relação regular com o INSS, como estar em atividade contributiva ou no “período de graça”.
Esse período permite que o segurado mantenha o vínculo com o INSS por até 12 meses sem contribuição, garantindo acesso ao benefício mesmo em caso de perda temporária de emprego.
Os dependentes precisam apresentar documentos que comprovem o vínculo e, em algumas situações, a dependência econômica. Exemplos de documentos necessários incluem:
- Certidão de óbito;
- RG e CPF dos dependentes;
- Certidão de casamento ou declaração de união estável;
- Certidão de nascimento dos filhos.
O INSS realiza uma análise rigorosa desses documentos para validar o direito ao benefício, evitando fraudes e garantindo que a pensão seja concedida apenas a quem realmente possui direito.
Como é Calculado o Valor da Pensão por Morte?
O valor da pensão por morte não é integral e varia conforme o número de dependentes. Desde a Reforma da Previdência de 2019, o benefício passou a seguir o modelo de “cota familiar”, sendo calculado a partir de 50% do valor da aposentadoria que o segurado receberia, acrescido de 10% por dependente, até o limite de 100%.
Exemplo de Cálculo:
- Um cônjuge e dois filhos: 50% + 10% + 10% + 10% = 80% do valor da aposentadoria.
- Apenas um cônjuge: 50% + 10% = 60% do valor.
Essa mudança foi realizada para ajustar o custo da previdência e manter o valor do benefício proporcional à quantidade de dependentes.
Duração da Pensão por Morte para Diferentes Dependentes
A duração da pensão varia conforme a idade e o perfil do dependente no momento do falecimento do segurado. Abaixo, os critérios para a duração do benefício para o cônjuge ou companheiro(a):
- União com menos de dois anos ou menos de 18 contribuições: 4 meses de benefício.
- União com mais de dois anos e mais de 18 contribuições:
- Menos de 21 anos: 3 anos;
- De 21 a 26 anos: 6 anos;
- De 27 a 29 anos: 10 anos;
- De 30 a 40 anos: 15 anos;
- De 41 a 43 anos: 20 anos;
- 44 anos ou mais: benefício vitalício.
Para filhos e irmãos do segurado, o benefício é concedido até os 21 anos de idade, exceto em casos de invalidez ou deficiência grave, onde o pagamento é mantido enquanto durar a condição.
Como Solicitar a Pensão por Morte do INSS
Os dependentes podem solicitar a pensão por morte através de três canais principais:
- Meu INSS: O aplicativo e o site permitem que os dependentes façam o requerimento com o CPF e senha cadastrada.
- Central 135: Disponível de segunda a sábado, entre 7h e 22h, essa central oferece orientações sobre a solicitação do benefício.
- Agências do INSS: Em casos específicos, o atendimento presencial pode ser agendado para encaminhar o pedido.
É recomendável que os dependentes já providenciem os documentos necessários antes de iniciar o processo, evitando atrasos no deferimento.
Prazos para Requerimento e Efeitos Retroativos
Para que a pensão por morte tenha efeito retroativo à data do óbito, o pedido deve ser feito em até 90 dias após o falecimento.
Dependentes menores de 16 anos têm um prazo estendido de 180 dias. Caso o pedido seja realizado após esse período, o pagamento será contado a partir da data do requerimento, sem retroatividade.
Principais Documentos Necessários para a Solicitação
Os dependentes devem providenciar os documentos a seguir para solicitar a pensão por morte:
- Certidão de óbito do segurado;
- Documentos de identificação do segurado e dos dependentes;
- Comprovantes de vínculo (certidão de casamento, certidão de nascimento, declaração de união estável);
- Comprovantes de dependência econômica (caso de pais e irmãos).
O INSS exige esses documentos para assegurar a conformidade com as normas previdenciárias e evitar que o benefício seja concedido de forma indevida.
Mudanças Recentes e Impactos no Valor do Benefício
Desde a Reforma da Previdência em 2019, o cálculo da pensão sofreu uma alteração significativa. Anteriormente, o benefício equivalia a 100% do valor da aposentadoria. Com a mudança, a pensão passou a ser limitada a 50% da aposentadoria, com o acréscimo de 10% por dependente.
Esse modelo visa controlar o custo da previdência e alocar o benefício de forma proporcional aos dependentes.
Para os familiares que dependiam financeiramente do segurado, é crucial entender essas novas regras, uma vez que o valor final do benefício pode variar bastante de acordo com o número de dependentes.
Importância de Entender Seus Direitos na Pensão por Morte do INSS
A pensão por morte do INSS garante uma segurança financeira importante para os dependentes do segurado falecido, oferecendo continuidade de renda em um momento de grande vulnerabilidade.
Ao entender as regras, os prazos e o valor do benefício, os familiares podem acessar o direito de maneira mais eficaz e planejada. É essencial que os dependentes estejam informados e preparados para seguir com o processo de requerimento da pensão por morte.
Conhecer as diretrizes e providenciar toda a documentação necessária são passos fundamentais para que o benefício seja concedido de forma justa e no menor prazo possível, garantindo o suporte financeiro tão necessário em momentos de perda.
Imagem: Ground Picture / Shutterstock.com