INSS 2024: O que a reforma muda no cálculo de benefícios e nas regras de transição
Em 2024, a reforma do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) traz novas mudanças no cálculo dos benefícios e nas regras de transição para aposentadoria. A cada ano, novas exigências para a aposentadoria são implementadas, impactando a vida de milhões de trabalhadores brasileiros.
Neste artigo, vamos explorar as principais alterações e o que isso significa para quem pretende se aposentar no futuro. A reforma da Previdência, implementada em 2019, trouxe grandes mudanças na forma como a aposentadoria é calculada.
A partir desse ano, regras mais rígidas passaram a ser exigidas para a concessão de benefícios previdenciários. Além disso, o governo instituiu diferentes “regras de transição” para amenizar os impactos dessas novas regras para quem já estava próximo de atingir os requisitos para se aposentar.
Com as alterações de 2024, tanto os novos segurados quanto aqueles que optam pelas regras de transição precisam ficar atentos. Vamos entender as mudanças mais importantes.
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O que são as regras de transição para aposentadoria do INSS?
As regras de transição foram criadas para que trabalhadores próximos da aposentadoria não sejam tão afetados pelas novas exigências.
Elas funcionam como um modelo intermediário entre as regras anteriores e as novas, e, em 2024, o tempo de contribuição e a idade exigidos para se aposentar aumentaram. Há cinco principais tipos de regras de transição:
Regra de pontos
A regra de pontos combina o tempo de contribuição e a idade do trabalhador. Para se aposentar, é necessário somar a idade do cidadão com o tempo de contribuição. Essa soma gera uma pontuação que aumenta progressivamente.
- Homens: 35 anos de contribuição e 101 pontos em 2024.
- Mulheres: 30 anos de contribuição e 91 pontos em 2024.
Esses pontos aumentam a cada ano, o que significa que, para se aposentar, o trabalhador terá que alcançar uma pontuação mais alta nos anos seguintes. O limite máximo de pontos será de 105 para homens e 100 para mulheres.
Ano | Pontos para Homens | Pontos para Mulheres |
---|---|---|
2024 | 101 | 91 |
2025 | 102 | 92 |
2026 | 103 | 93 |
2027 | 104 | 94 |
2028 | 105 | 95 |
2029 | 105 | 96 |
Idade progressiva
Na regra de idade progressiva, a idade mínima para aposentadoria aumenta a cada ano. O requisito de idade vai subindo 6 meses por ano até atingir o limite máximo.
- Homens: 35 anos de contribuição e idade mínima de 63 anos e 6 meses em 2024, com aumento de 6 meses por ano até atingir 65 anos.
- Mulheres: 30 anos de contribuição e idade mínima de 58 anos e 6 meses, com aumento de 6 meses por ano até atingir 62 anos.
Pedágio de 50%
Essa regra é destinada aos segurados que estavam próximos de se aposentar quando a reforma entrou em vigor. Se faltavam menos de dois anos para a aposentadoria, o trabalhador deve contribuir com 50% do tempo que faltava para se aposentar na data da reforma.
- Homens: 33 anos de contribuição até a vigência da Reforma e metade do tempo faltante para atingir 35 anos.
- Mulheres: 28 anos de contribuição até a reforma e metade do tempo faltante para atingir 30 anos.
Aposentadoria por idade e tempo de contribuição
A aposentadoria por idade e tempo de contribuição exige que o trabalhador tenha um tempo mínimo de contribuição e atinja uma idade mínima:
- Homens: 65 anos de idade e 15 anos de contribuição.
- Mulheres: 62 anos de idade e 15 anos de contribuição (essa idade aumentou gradativamente desde 2020).
Pedágio de 100%
O pedágio de 100% exige que o trabalhador trabalhe o dobro do tempo que faltava para se aposentar no momento da entrada em vigor da reforma. Ou seja, se faltavam 4 anos para a aposentadoria, o trabalhador precisará trabalhar por mais 8 anos.
- Homens: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, com o dobro do tempo que faltava para atingir os requisitos.
- Mulheres: 57 anos de idade e 30 anos de contribuição, com o dobro do tempo que faltava para atingir os requisitos.
Como calcular a aposentadoria do INSS?
O cálculo da aposentadoria do INSS também foi alterado com a reforma. A partir de 2019, o valor da aposentadoria passou a ser calculado com base na média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.
Essa média é então multiplicada por um coeficiente que varia conforme o tempo de contribuição do trabalhador.
- Aposentadoria integral: Para alcançar a aposentadoria integral, o trabalhador precisa ter contribuído por 40 anos (homens) ou 35 anos (mulheres). Nesse caso, a aposentadoria será de 100% da média dos salários de contribuição.
- Aposentadoria proporcional: Se o trabalhador contribuiu por menos tempo, o valor da aposentadoria será proporcional. O cálculo inicial é 60% da média salarial, com acréscimos de 2% para cada ano adicional de contribuição além do mínimo (20 anos para homens e 15 anos para mulheres).
Impacto das mudanças de 2024
As alterações de 2024 refletem a intenção do governo de tornar o sistema previdenciário mais sustentável a longo prazo, ao mesmo tempo em que busca reduzir os impactos da reforma para quem já estava próximo de se aposentar.
Contudo, essas mudanças exigem que os trabalhadores estejam bem informados para planejar sua aposentadoria de forma adequada.
Para quem ainda está na fase de transição, a atenção às novas regras é essencial para não perder prazos importantes. Utilizar o simulador de aposentadoria do INSS pode ser uma forma eficiente de calcular o tempo restante para o benefício e entender qual regra se aplica no seu caso.
Considerações finais
A reforma da Previdência de 2024 traz novos desafios e oportunidades para os trabalhadores brasileiros. As regras de transição foram desenhadas para suavizar os impactos da mudança, mas é fundamental que os trabalhadores estejam atentos aos novos requisitos de idade e tempo de contribuição para se aposentarem.
Além disso, a nova forma de cálculo das aposentadorias exige um planejamento mais preciso, de modo a garantir um benefício digno para a aposentadoria.
Quem deseja se aposentar nos próximos anos deve procurar informações detalhadas, usar as ferramentas disponíveis, como o simulador do INSS, e, se necessário, consultar um especialista em previdência social para garantir que está atendendo às exigências da reforma de maneira correta e vantajosa.
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