Inflação de novembro: IPCA-15 chega a 0,62%, com carne subindo 8%
A inflação de novembro de 2024, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), registrou um aumento de 0,62%. Este número indica uma aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice foi de 0,54%. A pressão sobre o bolso dos brasileiros se intensificou principalmente devido ao aumento nos preços dos alimentos e bebidas, com destaque para a carne, que teve uma alta expressiva de 8%. Essa inflação superior às expectativas reflete um cenário desafiador para o poder de compra da população e coloca a meta de inflação do governo em risco.
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Impacto no bolso: alimentos e bebidas como vilões
O maior responsável pela alta do IPCA-15 de novembro foi o setor de alimentos e bebidas, que teve um aumento de 1,34%. Dentro desse grupo, as carnes foram as grandes protagonistas, com um aumento de 7,54%, o que representou um peso significativo no orçamento familiar.
Outros itens que impactaram o custo de vida foram o óleo de soja, que subiu 8,38%, e o tomate, que registrou uma alta de 8,15%.
Esses aumentos refletem as condições do mercado interno e as variações de preços no setor de alimentos.
Setores menos impactados: Energia elétrica com aumento moderado
Enquanto os alimentos e bebidas pressionaram o índice para cima, as contas de luz apresentaram um aumento bem mais moderado em novembro.
Após o impacto de outubro, quando a alta foi de 5,29%, o aumento das tarifas de energia elétrica foi de apenas 0,13% em novembro.
A entrada em vigor da bandeira amarela, que ocorreu no dia 1º de novembro, foi responsável por essa moderação, ajudando a aliviar um pouco o impacto no orçamento das famílias.
Inflação além da meta: Expectativas superadas
Com o resultado de novembro, o IPCA-15 acumula uma alta de 4,77% nos últimos 12 meses, superando a meta de inflação estipulada pelo governo para o ano de 2024, que era de 4,5%. Esse desvio, embora leve, reforça a preocupação com a manutenção da inflação dentro dos limites estabelecidos.
Para novembro, analistas previam uma alta de 0,50%, mas o resultado veio acima das expectativas, evidenciando que a inflação permanece uma preocupação em 2024.
O impacto das metas de inflação e as consequências para o Banco Central
Em 2024, o CMN definiu como meta uma inflação de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ser superior ou inferior.
Com a inflação superando esse teto, caso o Índice continue fora dos limites, o presidente do Banco Central terá que emitir uma carta aberta explicando os motivos que levaram ao descumprimento da meta.
Esse processo de comunicação é uma exigência para garantir transparência sobre a política monetária do país.