Inflação do aluguel sobe 1,3% em novembro e acumula 6,33% em 12 meses, impactando inquilinos
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido popularmente como “inflação do aluguel”, registrou um aumento de 1,3% em novembro, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Embora o índice tenha desacelerado em relação ao mês anterior, que registrou uma alta de 1,52%, o aumento ainda reflete um impacto considerável nos custos do aluguel para muitos brasileiros.
O índice de novembro, que acumula 6,33% nos últimos 12 meses, chega a ser o maior desde outubro de 2022, superando o acumulado de 5,59% de outubro deste ano. Isso ocorre devido a uma combinação de fatores econômicos que refletem diretamente nos custos para inquilinos, que são frequentemente os mais afetados por essas variações.
Neste artigo, vamos entender melhor o que está por trás desse aumento e como ele afeta o bolso dos locatários.
Leia mais: Inflação de novembro: IPCA-15 chega a 0,62%, com carne subindo 8%
O que influenciou a inflação do aluguel?
A variação do IGP-M de novembro foi influenciada principalmente pelo aumento nos preços das commodities agropecuárias, como a carne bovina, o milho e a soja, conforme destacou o economista Matheus Dias, do IBRE. Essas commodities têm grande peso no índice, e, apesar da desaceleração da alta em relação a outubro, os preços ainda estão elevados, impactando a inflação de diversas formas.
Além disso, é importante compreender os componentes do IGP-M. O índice é composto por três segmentos principais:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – Reflete os preços no atacado e foi o principal responsável pela alta no mês, com destaque para os produtos agropecuários, como a carne bovina, que subiu 6,1%;
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – Mede a variação do custo de vida para as famílias. A alta dos preços da carne foi o principal responsável pelo impacto nesse índice também;
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – Apura o custo de materiais de construção, mão-de-obra e outros custos do setor da construção civil.
Como a inflação do aluguel impacta os inquilinos?
Por ser um indicador utilizado no reajuste anual de contratos de aluguel, a alta do IGP-M tem um efeito direto sobre os valores pagos por milhares de inquilinos no Brasil.
O índice de 6,33% nos últimos 12 meses reflete uma elevação significativa nos valores dos aluguéis, o que pode dificultar a manutenção de contratos para muitos locatários, principalmente os de menor poder aquisitivo.
Vale destacar que, em novembro de 2023, o IGP-M teve um desempenho muito diferente do mesmo período do ano anterior, quando o índice foi de 0,59% e o acumulado de 12 meses estava negativo, com -3,46%. Esse contraste reflete a recuperação dos preços após um período de deflação.
O que esperar nos próximos meses?
Embora o IGP-M tenha mostrado sinais de desaceleração em novembro, as projeções indicam que o impacto das commodities agropecuárias continuará a influenciar o indicador.
Com um índice que já acumula 6,33% nos últimos 12 meses, as expectativas de novos aumentos nos preços do aluguel são reais, especialmente para os inquilinos que renovam seus contratos no começo de 2024.
O momento exige atenção dos locatários, que podem se ver diante de aumentos consideráveis nos valores dos aluguéis. A recomendação para os inquilinos é que acompanhem de perto a variação do índice e busquem alternativas para minimizar os impactos financeiros desses reajustes.