O Cadastro Único, também conhecido como CadÚnico, é um sistema essencial para o mapeamento das famílias de baixa renda no Brasil. Ele permite que gestores públicos compreendam a realidade dessas pessoas e desenvolvam políticas públicas mais eficazes.
Contudo, desde o final de 2024, o sistema começou a passar por uma grande reformulação que promete trazer uma série de melhorias, principalmente no que diz respeito à agilidade, eficiência e segurança no cadastramento de informações.
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Neste artigo, vamos explorar o que muda, como as alterações impactam os cidadãos e o que você precisa saber sobre esse processo de atualização.
O que é o CadÚnico?
O CadÚnico é uma ferramenta que registra dados de famílias brasileiras de baixa renda e que precisam de assistência social. Ele permite que o governo federal tenha um mapa atualizado da situação socioeconômica do país, para que programas como o Bolsa Família (agora Auxílio Brasil), o Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros, possam ser direcionados às pessoas que realmente necessitam.

Por que o CadÚnico está sendo reformulado?
A reforma no CadÚnico, que começou a ser implementada nas últimas semanas de 2024, visa modernizar o sistema e melhorar o atendimento às famílias cadastradas. O objetivo é integrar o CadÚnico com outras bases de dados públicas e privadas, aumentando a precisão das informações e facilitando o acesso aos benefícios sociais. Isso permitirá um controle mais rigoroso e a identificação de eventuais fraudes no sistema.
Como será a nova versão do CadÚnico?
A principal mudança do novo CadÚnico está na integração de dados. Essa alteração afetará diretamente a forma como as informações dos cidadãos serão registradas e atualizadas no sistema. A seguir, detalhamos as mudanças mais significativas:
Integração de dados com outras bases
O novo sistema permitirá a conexão automática com outras bases de dados, tanto públicas quanto privadas. Isso significa que, ao registrar ou atualizar as informações de um cidadão, o sistema buscará automaticamente dados de outras fontes para completar o cadastro. Isso incluirá, por exemplo, informações sobre o CPF da pessoa, emprego formal, benefícios previdenciários e até mesmo óbitos e nascimentos.
Busca automática por dados de CPF
A partir da reformulação, será possível verificar se os dados informados no cadastro correspondem realmente à pessoa que está se inscrevendo, com o cruzamento de dados através do CPF. Essa busca também identificará se o CPF está regularizado ou se existem pendências. Esse processo de verificação será feito de forma online e automática, sem a necessidade de intervenções manuais.
Biometria e acompanhamento de dados
Outra grande mudança é a integração do sistema com a biometria dos cidadãos cadastrados. Isso trará mais segurança, já que as informações sobre o cidadão estarão vinculadas de forma exclusiva ao seu reconhecimento biométrico. Além disso, o sistema poderá acompanhar eventos posteriores ao cadastramento, como a obtenção de um emprego formal, o que pode impactar a elegibilidade para programas sociais.
Identificação de erros e fraudes
A integração de dados e a verificação online permitirão que os operadores do CadÚnico identifiquem rapidamente erros de cadastramento e, mais importante, fraudes. Por exemplo, se uma pessoa que recebe um benefício social conseguir um emprego formal e deixar de preencher os requisitos para continuar recebendo a ajuda, o sistema será capaz de identificar essa mudança e notificar os responsáveis.
O que mudou nas regras de inscrição?
Além das mudanças tecnológicas, a reforma também altera algumas regras relacionadas ao salário mínimo, que afeta diretamente a elegibilidade para o CadÚnico.
Reajuste do salário mínimo e novos limites de renda
O valor do salário mínimo tem grande impacto na inscrição no CadÚnico, já que o limite de renda para ser incluído no sistema é calculado com base nesse valor. Com o reajuste do salário mínimo, as novas regras para inscrição são as seguintes:
- Para pessoas com rendimento mensal de até meio salário mínimo: agora o limite será de até R$ 759.
- Para famílias com rendimento mensal total de até três salários mínimos: o teto passa a ser de R$ 4.554.
Esses ajustes nas faixas de renda acompanham o aumento do salário mínimo, que foi de R$ 1.302 para R$ 1.518.
Como são calculados os novos valores?
O cálculo do salário mínimo é realizado levando em consideração a inflação (medida pelo INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No caso de 2025, o INPC foi de 4,84% e o PIB foi de 3,2%. Porém, devido a uma nova regra que limita o aumento do salário mínimo em 2,5% acima da inflação, o reajuste do piso salarial foi reduzido em cerca de R$ 10.
Benefícios da reforma
Maior eficiência no atendimento
Com a integração automática dos dados e a busca em tempo real, o novo CadÚnico tornará o processo de cadastramento muito mais ágil e menos suscetível a erros. Isso facilitará o acesso das famílias de baixa renda aos benefícios sociais, tornando os programas mais rápidos e eficientes.
Combate a fraudes
Com a possibilidade de cruzamento de informações de diferentes fontes, o novo sistema ajudará a detectar fraudes e desatualizações de dados de forma mais eficaz. Isso contribuirá para garantir que os benefícios sociais cheguem realmente àqueles que precisam.

Maior transparência
A transparência também será um dos pontos positivos da reforma. A interligação das informações permitirá que os gestores públicos tenham uma visão clara e precisa sobre a situação das famílias em tempo real, facilitando a gestão dos recursos e o direcionamento de políticas públicas.
Desafios da implementação
Apesar dos benefícios, a implementação do novo CadÚnico não será isenta de desafios. O processo de integração de dados de diferentes fontes exige um alto nível de coordenação entre os órgãos públicos e privados envolvidos. Além disso, será necessário treinar os operadores do sistema e garantir que as mudanças tecnológicas sejam compreendidas por todos.
O futuro do CadÚnico
A reforma do CadÚnico é apenas o começo de uma série de transformações digitais que têm como objetivo tornar a gestão pública mais moderna e eficiente. Com um sistema mais integrado e transparente, o Brasil espera poder atender melhor às famílias em situação de vulnerabilidade, garantindo que os benefícios sociais cheguem a quem realmente precisa.
À medida que o novo CadÚnico vai sendo implementado em 2025, é importante que os cidadãos fiquem atentos às atualizações e se mantenham informados sobre como as mudanças podem impactar o acesso aos programas de assistência social.