Bolsa Família contribui para a redução de mortes entre pessoas com transtornos mentais, aponta pesquisa
O programa Bolsa Família, criado pelo governo federal em 2003, tem se mostrado eficaz em diversas áreas, desde a educação até a saúde.
Recentemente, uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou um impacto surpreendente: o programa contribui para a redução das taxas de mortalidade entre pessoas com transtornos mentais.
O estudo, realizado por pesquisadores da Fiocruz na Bahia, analisou a saúde de cerca de 70 mil pacientes e revelou resultados positivos para aqueles que receberam o benefício após hospitalizações.
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O estudo da Fiocruz

O estudo publicado na revista científica PLOS Medicine foi conduzido entre 2008 e 2015 e comparou a mortalidade de pacientes com transtornos mentais que receberam o Bolsa Família com aqueles que não receberam.
De acordo com a pesquisa, os beneficiários do programa apresentaram uma mortalidade 7% menor do que os não beneficiários, com destaque para a redução das mortes por causas naturais, como doenças cardiovasculares e respiratórias, que foram 11% mais baixas entre os pacientes assistidos.
O impacto do Bolsa Família na saúde
O Bolsa Família é reconhecido como um dos maiores programas de transferência de renda do Brasil, com o objetivo de combater a pobreza e garantir acesso à alimentação, saúde e educação.
Camila Bonfim, coordenadora do estudo, ressalta que a redução da mortalidade está diretamente relacionada ao acesso a serviços de saúde e exames de rotina, condições exigidas para os beneficiários do programa.
“Esses impactos na redução da mortalidade mostram como o programa promoveu um melhor acesso a serviços de atenção primária e exames de rotina”, afirmou Bonfim.
Diferenças por faixa etária e gênero
O estudo também observou variações importantes de impacto entre diferentes faixas etárias e gêneros. Entre os jovens de 10 a 24 anos, a mortalidade por causas naturais foi reduzida em 44%, e a mortalidade total diminuiu em 21%.
Já entre as mulheres, o programa demonstrou uma redução de 27% na mortalidade por causas naturais e 25% na mortalidade total.
Conclusões e perspectivas

Os resultados do estudo indicam que, caso o Bolsa Família tivesse sido disponibilizado para todos os pacientes com transtornos mentais hospitalizados, pelo menos 4% das mortes poderiam ter sido evitadas.
Isso reforça a importância do programa no alívio da pobreza e na melhoria da saúde de uma população altamente vulnerável, como são os pacientes com transtornos psiquiátricos, que, em geral, têm uma expectativa de vida mais baixa.
Em síntese, o estudo sugere que programas de transferência de renda não apenas ajudam a melhorar as condições financeiras, mas também têm efeitos diretos na saúde, especialmente em populações que enfrentam dificuldades adicionais, como aqueles com transtornos mentais.
Com informações de Agência Brasil