O crédito consignado do INSS registrou um crescimento significativo em 2024, atingindo R$ 103 bilhões em concessões, um aumento de 30,8% em relação ao ano anterior.
Mesmo diante de alertas sobre a viabilidade da modalidade devido ao teto de juros, o volume expressivo revela a forte adesão dos beneficiários a essa linha de crédito. No entanto, especialistas recomendam cautela para evitar o superendividamento.
Leia mais: Pix mostra retomada no volume de transações após a crise
Por que o crédito consignado é tão popular?
A saber, a facilidade na contratação e as taxas de juros reduzidas tornam o crédito consignado uma opção atraente para aposentados e pensionistas.
Contudo apesar dessas vantagens, a contratação deve ser feita com planejamento, pois o endividamento pode comprometer grande parte da renda do beneficiário.
Cuidados ao contratar um empréstimo consignado
Antes de aderir ao crédito consignado, é essencial avaliar se o valor realmente é necessário. Muitas pessoas acabam contratando valores acima do necessário, o que pode comprometer o orçamento.
Por isso, p ideal é recorrer ao crédito para situações pontuais, como despesas emergenciais, evitando dívidas prolongadas.
Outro ponto de atenção são as ofertas de refinanciamento. Muitas vezes, as propostas incluem novos valores sem alterar a parcela mensal, mas estendem o prazo da dívida, mantendo o aposentado endividado por mais tempo.
Golpes e fraudes: como se proteger
Os aposentados e pensionistas do INSS devem redobrar a atenção com abordagens por telefone e mensagens de SMS.
Ultimamente, empresas têm entrado em contato oferecendo crédito facilitado e pedem envio de documentos e fotos. O ideal é buscar ajuda de alguém de confiança ou consultar uma agência bancária.
Para evitar contratações indesejadas, uma dica importante é desativar a opção de crédito consignado no Meu INSS. Dessa forma, os bancos não poderão liberar empréstimos sem autorização prévia do beneficiário.
Queda nas concessões no fim de 2024

Apesar do crescimento ao longo do ano, o último trimestre de 2024 registrou uma queda de 10,3% no volume de concessões, totalizando R$ 21,7 bilhões. Em dezembro, a redução foi ainda maior, atingindo R$ 5,9 bilhões, o menor nível desde julho de 2023.
Segundo Renato Baldini, do Banco Central, essa queda foi motivada por fatores sazonais, como o pagamento do 13º salário e a expectativa de reajuste do salário mínimo, o que fez muitos segurados aguardarem para ter uma margem consignável maior.
Mudanças no teto de juros e restrição de crédito
No final de 2024, instituições financeiras alertaram para a inviabilidade do crédito consignado sem uma revisão no teto de juros, fixado em 1,66% ao mês desde junho. Com a alta da Selic para 12,25% ao ano, alguns bancos suspenderam a oferta do consignado via correspondentes bancários.
No entanto, em janeiro de 2025, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou um novo teto de juros, elevando a taxa para 1,80% ao mês. Para operações com cartão de crédito consignado, a taxa foi mantida em 2,46% ao mês.
Como consultar taxas e condições do crédito consignado
Atualmente, 78 instituições financeiras oferecem crédito consignado aos beneficiários do INSS. Os valores são descontados diretamente dos pagamentos previdenciários, e a margem consignável permite comprometer até 45% da renda, sendo:
✅ 35% para empréstimo pessoal
✅ 5% para cartão de crédito consignado
✅ 5% para cartão benefício
O prazo de pagamento pode chegar a 84 meses (sete anos). Para verificar as taxas cobradas por cada banco, os segurados podem acessar o portal Meu INSS ou o site oficial da Previdência Social.
Conclusão
O crédito consignado continua sendo uma alternativa acessível para aposentados e pensionistas do INSS, mas exige planejamento para evitar endividamento prolongado.
Antes de contratar, é essencial comparar taxas, analisar a real necessidade do empréstimo e se proteger contra fraudes.