Brasil registra mais de 180 mil casos de dengue e 38 mortes em janeiro, diz Ministério da Saúde
O Brasil enfrentou um cenário alarmante de dengue no primeiro mês de 2025, com um total de 170.376 casos prováveis e 38 mortes confirmadas pela doença. O Ministério da Saúde divulgou, por meio do Painel de Monitoramento de Arboviroses, que a situação é preocupante, especialmente em algumas regiões do país, como o Sudeste, que registrou um aumento significativo de casos.
Neste artigo, vamos analisar os números de dengue no Brasil, a evolução dos casos em 2025, os fatores que contribuem para o aumento da incidência e as medidas de prevenção que podem ser adotadas pela população para evitar novos surtos.
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Números de Casos e Óbitos: A Situação de Janeiro de 2025

O mês de janeiro de 2025 terminou com um total de 170.376 casos prováveis de dengue em todo o Brasil, o que representa um coeficiente de incidência de 80,1 casos para cada 100 mil habitantes. Embora os números pareçam altos, a taxa de incidência está abaixo dos piores cenários enfrentados em anos anteriores.
Além disso, o Ministério da Saúde confirmou 38 mortes em janeiro e investiga outros 201 óbitos, que estão sendo analisados para determinar se realmente são consequência da dengue. Esses dados indicam que, embora o número de mortes não tenha sido alarmante, a situação continua preocupante, especialmente considerando o número de óbitos em investigação.
Perfil dos Casos de Dengue no Brasil
De acordo com as informações do Ministério da Saúde, 54% dos casos de dengue registrados em janeiro de 2025 ocorreram em mulheres, enquanto 46% afetaram homens. Além disso, a maior parte dos casos foi identificada em pessoas brancas (51,3%), seguidas por pessoas pardas (32,4%) e negras (4,4%).
A faixa etária mais afetada pelo surto de dengue em janeiro foi a de 20 a 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos e 40 a 49 anos. Isso indica que a dengue continua a ser uma preocupação significativa para adultos jovens, que muitas vezes estão expostos ao vetor da doença devido ao trabalho e à mobilidade urbana.
Dengue em Diferentes Regiões: O Caso de São Paulo
O estado de São Paulo lidera o ranking nacional em termos de número absoluto de casos de dengue, com 100.025 registros em janeiro. Isso representa quase 60% do total de casos notificados no Brasil naquele mês, um aumento alarmante em comparação com o mesmo período de 2024, quando o estado teve cerca de 50 mil casos.
O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, destacou que, apesar de os números parecerem controlados no início do ano, a situação no Sudeste, especialmente em São Paulo, é muito mais grave do que indica a média nacional.
“Estamos observando, semana após semana, o dobro do número de casos de dengue em comparação com 2024”, alertou o especialista.
Além disso, Venâncio alertou sobre o elevado número de óbitos em investigação, apontando que, caso dois terços desses óbitos sejam confirmados, o estado de São Paulo enfrentaria uma taxa muito alta de mortalidade, com cerca de 800 a 900 casos por óbito.
Preocupação com o Sorotipo 3 da Dengue
Outro fator que tem contribuído para o aumento de casos de dengue no Brasil, especialmente em São Paulo e Paraná, é a circulação do sorotipo 3 da doença. Desde julho de 2024, o sorotipo 3 tem se tornado cada vez mais prevalente no país, o que pode agravar ainda mais o quadro epidemiológico.
O sorotipo 3 é um dos principais causadores de surtos de dengue no Brasil, e a sua disseminação pode aumentar a quantidade de casos graves, uma vez que as pessoas que já foram infectadas por outros sorotipos podem ter uma resposta imunológica mais fraca ao sorotipo 3.
Situação nas Regiões Norte e Nordeste
Embora a situação de dengue no Sudeste seja alarmante, as demais regiões do Brasil têm apresentado números mais estáveis ou até mesmo em queda. No Norte, os dados de janeiro de 2025 estão em níveis semelhantes aos de 2024, sem grandes variações.
Já o Nordeste registrou uma pequena redução no número de casos, o que pode indicar uma leve melhoria no controle da doença em alguns estados.
No Centro-Oeste e no Sul, o ministério observou uma redução substancial nos casos de dengue, especialmente nos estados de Goiás, Paraná e Santa Catarina. Essa redução é atribuída a uma diminuição no número de infecções no Distrito Federal e em Goiás, que já enfrentaram surtos mais intensos nos últimos anos.
Medidas de Prevenção: Como Evitar a Dengue
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em locais com água parada. Para combater a doença, é fundamental adotar medidas preventivas, como:
Eliminar focos do mosquito
É importante eliminar qualquer recipiente que possa acumular água, como pneus velhos, garrafas, vasos de plantas e caixas d’água destampadas.
Usar repelente
O uso de repelentes é fundamental, especialmente para quem vive em áreas de risco ou tem contato constante com locais ao ar livre.
Vestir roupas longas
Pessoas que moram em regiões com alta incidência de dengue devem usar roupas longas e de cores claras para reduzir o risco de picadas.
Ações comunitárias
Além das ações individuais, é importante que a comunidade se mobilize para eliminar os focos do mosquito, com a realização de mutirões de limpeza e conscientização sobre a doença.
Papel do Governo e das Autoridades de Saúde
O governo e as autoridades de saúde desempenham um papel crucial no controle da dengue. É necessário intensificar campanhas de conscientização e reforçar a vigilância epidemiológica para detectar precocemente os casos de dengue.
Além disso, o investimento em infraestrutura de saneamento básico e no controle da população do mosquito é essencial para evitar que novos surtos aconteçam. A parceria entre o Ministério da Saúde e os estados, municípios e a sociedade civil é fundamental para controlar a disseminação da doença e prevenir futuras epidemias.
Conclusão: O Desafio de Combater a Dengue em 2025
A dengue continua a ser uma das maiores ameaças à saúde pública no Brasil, e os números alarmantes registrados em janeiro de 2025 reforçam a necessidade de medidas de prevenção e controle mais eficazes. A população precisa estar atenta aos sinais da doença e adotar práticas de prevenção para evitar a proliferação do mosquito transmissor.
Com o aumento da circulação do sorotipo 3 e os altos índices de casos em estados como São Paulo, é crucial que as autoridades de saúde e a sociedade trabalhem juntas para combater essa ameaça. Só assim será possível evitar que os números de dengue aumentem ainda mais ao longo de 2025.
Imagem: 41330 / Pixabay