Epidemia? Dengue e febre amarela têm alta expressiva
O Brasil enfrenta um crescimento alarmante dos casos de dengue e febre amarela em 2025. O avanço das doenças tem mobilizado autoridades sanitárias, especialmente no estado de São Paulo, onde os números são particularmente elevados.
Segundo o Ministério da Saúde, já foram confirmadas 47 mortes por dengue no estado este ano, que também contabiliza 132 mil casos prováveis da doença. Além disso, há 183 óbitos sob investigação.
O cenário não se restringe a São Paulo. No país, os registros já somam 226 mil casos prováveis e 61 mortes confirmadas, com mais 259 óbitos em análise. A febre amarela também preocupa, com um aumento no número de casos e cinco mortes registradas.
Diante desse quadro, as autoridades reforçam a importância da vacinação e das medidas preventivas para conter o avanço dessas doenças, que têm sobrecarregado o sistema de saúde em diversas regiões.
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Explosão de casos de dengue em São Paulo e no Brasil

Os dados revelam que a dengue tem avançado de forma acelerada em 2025, especialmente no estado de São Paulo. O número de casos nas cinco primeiras semanas do ano mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2024.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, por meio da plataforma NIES, indica 38 mortes confirmadas e 136 mil casos prováveis no estado, além de 191 óbitos em investigação.
As regiões mais afetadas são o norte paulista, especialmente Araçatuba e São José do Rio Preto, que apresentam incidência de 1.442 e 1.206 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.
O aumento expressivo na incidência da dengue reforça a necessidade de intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. A eliminação de criadouros, uso de repelentes e campanhas de conscientização são algumas das medidas essenciais para conter o avanço da enfermidade.
Febre amarela volta a preocupar autoridades de saúde
Além da dengue, a febre amarela também está em ascensão, o que preocupa as autoridades sanitárias. Desde julho de 2024, o Brasil registrou nove casos confirmados da doença, dos quais cinco resultaram em óbito. Todas as mortes ocorreram no estado de São Paulo.
A vacinação é a principal forma de prevenção contra a febre amarela, mas a cobertura vacinal ainda está abaixo do ideal. No Brasil, a média nacional de imunização contra a doença é de 73,78%, bem abaixo da meta recomendada de 95%. São Paulo apresenta um índice um pouco superior, de 80%, mas ainda insuficiente para garantir a proteção adequada da população.
O Ministério da Saúde afirmou que os estoques da vacina estão regulares e que os envios são realizados conforme a solicitação dos estados, que têm a responsabilidade de distribuir as doses aos municípios.
Em 2024, foram disponibilizadas mais de 20,8 milhões de doses da vacina, com apenas 6,6 milhões efetivamente aplicadas. Em 2025, a distribuição já alcançou 3,2 milhões de doses, mas até o momento, apenas 170 mil pessoas foram imunizadas.
A baixa adesão à vacinação é um fator preocupante e pode contribuir para novos surtos da doença, que é grave e pode ser fatal.
Fatores que explicam o aumento dos casos
O avanço da dengue e da febre amarela pode ser explicado por diversos fatores ambientais e sociais. Entre os principais motivos para o crescimento dos casos estão:
- Mudanças climáticas: O aumento das temperaturas e a intensificação das chuvas favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue e, em alguns casos, da febre amarela urbana;
- Baixa adesão à vacinação: A cobertura vacinal insuficiente expõe a população a surtos de febre amarela, principalmente em áreas de risco;
- Falta de combate efetivo ao mosquito: Acúmulo de lixo, entulho e recipientes com água parada facilitam a reprodução do mosquito transmissor, ampliando os focos da doença;
- Aglomerações urbanas: Cidades com grande densidade populacional e infraestrutura deficiente para eliminação de criadouros do mosquito tendem a registrar mais casos de dengue e febre amarela.
O que pode ser feito para conter a epidemia?

O controle da dengue e da febre amarela depende de um esforço conjunto da população e das autoridades de saúde. Algumas das principais medidas preventivas incluem:
Para evitar a dengue:
- Eliminar focos de água parada em recipientes, pneus, vasos de plantas e calhas;
- Aplicar repelentes e utilizar roupas que protejam o corpo, principalmente em áreas com alta incidência da doença;
- Manter caixas d’água bem tampadas e realizar limpezas periódicas;
- Em caso de sintomas como febre alta, dores no corpo e manchas vermelhas na pele, buscar atendimento médico imediatamente.
Para prevenir a febre amarela:
- Vacinar-se contra a febre amarela, especialmente antes de viajar para áreas de risco;
- Evitar locais de mata fechada sem proteção adequada, como uso de repelentes e roupas compridas;
- Estar atento às campanhas de imunização promovidas pelos governos estaduais e municipais.
A atuação preventiva é fundamental para evitar novos surtos e minimizar o impacto das doenças sobre a população e o sistema de saúde.
Conclusão
A alta expressiva nos casos de dengue e febre amarela em 2025 acendeu um alerta entre autoridades de saúde e especialistas. O Brasil enfrenta um cenário preocupante, com milhares de pessoas infectadas e um número crescente de mortes.
O reforço na vacinação contra a febre amarela e a intensificação do combate ao Aedes aegypti são ações fundamentais para conter o avanço dessas doenças. A conscientização da população e o compromisso com medidas preventivas podem evitar que a situação se agrave ainda mais.
Com a colaboração de todos, é possível minimizar os impactos dessas epidemias e garantir a saúde pública.
Com informações de: Agência Brasil