Fiesp estima crescimento de 1,3% na produção industrial para 2025
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou suas previsões para a produção industrial de 2025, com uma expectativa de crescimento de 1,3%. A estimativa foi apresentada em uma pesquisa realizada com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e reflete um panorama de recuperação, após meses de estagnação e quedas em vários setores.
Embora o aumento previsto para 2025 seja moderado, o estudo da Fiesp destaca a complexidade do cenário econômico, com desafios internos e externos que podem impactar a atividade industrial do Brasil.
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Expectativa para 2025: crescimento modesto
A Fiesp projeta que, apesar de um ambiente econômico desafiador, a produção industrial brasileira continuará sua trajetória de crescimento em 2025, embora com um ritmo menor que o registrado no ano anterior.
Para 2024, a expectativa foi de um crescimento de 3,1%, enquanto para 2025 a previsão se ajusta para 1,3%. Esse crescimento, embora modesto, reflete a recuperação do setor, após meses de quedas em vários segmentos e dificuldades no cenário externo.
Desafios externos e internos para a indústria
Os fatores externos, como as incertezas econômicas nos Estados Unidos e possíveis impactos da política comercial americana, representam um desafio adicional para o setor industrial.
A Fiesp alerta que, além do crescimento mais tímido, a atividade industrial pode enfrentar dificuldades devido à instabilidade nos mercados internacionais.
O cenário fiscal mais restritivo no Brasil também é citado como um fator que limitará o ímpeto do setor industrial em 2025.
Performance da produção em Janeiro: estabilidade com destaques positivos
No início de 2025, a produção industrial mostrou sinais de estabilidade, após três meses consecutivos de queda. Em janeiro, 18 dos 25 ramos pesquisados pela Fiesp apresentaram crescimento, com destaque para setores como máquinas e equipamentos, veículos automotores e borracha. Esses segmentos registraram altas expressivas, indicando um início promissor para o ano.
Por outro lado, seis atividades registraram recuos na produção. A indústria extrativa, por exemplo, teve uma queda de 2,4%, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento.
Outras áreas que apresentaram retração foram o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), celulose e papel (-3,2%) e confecção de vestuário (-4,7%).
Setores com desempenho positivo
Entre os setores mais destacados, a indústria de máquinas e equipamentos registrou um aumento de 6,9%, o que reflete uma recuperação significativa após períodos de retração. O segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias também teve uma boa performance, com crescimento de 3%.
Além disso, a produção de artefatos de couro e calçados teve uma alta impressionante de 9,3%, impulsionada por uma demanda crescente por esses produtos no mercado interno.
A desaceleração dos bens intermediários

Embora a maioria dos setores tenha apresentado resultados positivos, o segmento de bens intermediários foi o único a apresentar queda na produção. Esse grupo inclui produtos como aço, plástico e borracha, que são amplamente utilizados em outras indústrias.
A desaceleração nesse setor pode ser um indicativo de que a produção em outras áreas também pode enfrentar dificuldades nos próximos meses.
Expectativas regionais: o impacto de São Paulo na produção
Como o maior polo industrial do Brasil, o estado de São Paulo tem um peso significativo nas previsões da Fiesp. A produção paulista, que representa uma fatia considerável da produção industrial nacional, terá um papel fundamental no desempenho do setor como um todo.
Ainda que a previsão de crescimento seja mais conservadora para 2025, a força da indústria paulista pode ser um diferencial importante para impulsionar a atividade econômica.
O impacto da política fiscal e comercial
Outro ponto destacado pela Fiesp é o impacto das políticas fiscais e comerciais. A previsão de um ambiente fiscal mais restritivo pode limitar os investimentos e inovações no setor.
A instabilidade no comércio internacional, especialmente com relação à política dos Estados Unidos, também pode gerar obstáculos adicionais para a indústria brasileira. A Fiesp ressalta que o governo precisará adotar medidas estratégicas para mitigar esses impactos.