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Mais da metade dos brasileiros usou o PIX mensalmente em 2024

O PIX, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil, alcançou um marco impressionante em 2024: mais da metade dos brasileiros utilizaram o serviço ao menos uma vez por mês.

O estudo Geografia do Pix, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela dados reveladores sobre a adoção e a frequência de uso do sistema de pagamento que, ao lado de outras inovações tecnológicas, tem transformado o mercado financeiro no país.

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PIX em números

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Imagem: Freepik e Canva

Em 2024, 63% dos brasileiros usaram o PIX mensalmente para realizar pagamentos ou transferências. O número impressionante reflete a popularidade crescente desse sistema que, em dezembro de 2024, já era o meio de pagamento mais utilizado no país, segundo o Banco Central.

Além disso, a média de transações mensais de cada usuário foi de 32 transações, o que mostra não só a adesão, mas também a constância do uso.

Adoção do PIX nas regiões brasileiras

O estudo também revela uma distribuição regional das taxas de adesão ao PIX. O Distrito Federal lidera com a maior taxa de adesão: 78% da população usou o PIX ao menos uma vez por mês. Em contraste, o Piauí apresentou a menor adesão, com 55%.

Taxa de adesão regional ao PIX

RegiãoTaxa de Adesão
Sudeste67%
Centro-Oeste65%
Sul61%
Norte60,5%
Nordeste58%

Esses dados indicam que a adesão ao PIX não está apenas vinculada à renda média da região. Mesmo em estados com um poder aquisitivo mais baixo, a utilização do sistema de pagamentos foi alta, sugerindo que o PIX tem sido eficaz em alcançar diversos perfis de consumidores.

Como as regiões usam o PIX: frequência e valores

O estudo não se limitou a analisar apenas a adesão ao sistema de pagamentos, mas também a frequência de uso e os valores das transações.

As regiões Norte e Nordeste lideram em número de transações mensais por usuário, com médias de 41 e 37 transações, respectivamente. Esses dados são reflexo de uma frequência maior de uso, especialmente em estados com menor renda per capita.

Transações por usuário e valores médios

RegiãoTransações MensaisValor Médio (R$)
Norte41147,00
Nordeste37151,00
Centro-Oeste34240,37
Sudeste30208,80
Sul27223,84

O valor médio das transações no Brasil foi de R$ 190,57, mas as diferenças regionais são evidentes. Nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, o valor médio das transações foi significativamente maior. Já no Norte e Nordeste, as transações foram de valores menores, sugerindo que, nessas áreas, o PIX é mais usado para transações do cotidiano, em valores mais baixos.

Adesão ao PIX nas regiões de menor renda

Os técnicos da FGV apontam que nas regiões com menor renda per capita, como Norte e Nordeste, as transações, embora de menor valor, são realizadas com mais frequência. Isso sugere que o PIX tem se tornado uma ferramenta essencial para a população de menor poder aquisitivo, facilitando transações rápidas e de baixo custo.

Caso do Amazonas: uso intensivo, mas com baixo valor

O estudo também chamou a atenção para o caso de Amazonas, que teve a maior frequência de uso do PIX no Brasil: 48 transações mensais por usuário. No entanto, o valor médio das transações foi de apenas R$ 120, o mais baixo do país.

Esse fenômeno ilustra a diferença entre acesso e uso do sistema. Mesmo em estados com maior uso, as transações não necessariamente envolvem grandes valores. Isso pode ser visto como uma incorporação do PIX ao cotidiano, sendo usado para operações pequenas, como pagamentos de contas de consumo ou compras simples.

Caso curioso de Pacaraima (RR)

Outro dado curioso apontado pelos pesquisadores da FGV foi o de Pacaraima (RR), cidade na fronteira com a Venezuela. Com uma população de 19.305 habitantes, Pacaraima tem 106.104 usuários de PIX, ou seja, cinco vezes mais usuários que habitantes.

Esse número é em grande parte reflexo do fluxo migratório da Venezuela, com muitos imigrantes utilizando o PIX para transações financeiras no Brasil.

Impacto do PIX no comportamento financeiro dos brasileiros

Com o aumento da adesão e a crescente frequência de uso, o PIX tem consolidado seu papel como a principal forma de pagamento no Brasil. Isso não só facilita as transações entre consumidores, como também tem um impacto profundo nas finanças pessoais e no comércio digital.

A popularização do PIX tem transformado a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro, incentivando a digitalização das finanças e tornando as transações financeiras mais rápidas, seguras e baratas.

Imagem: Freepik e Canva

Ellen D'Alessandro

Ellen é redatora, cursando Letras — Licenciatura/Português e Alemão — na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Apaixonada por livros e séries de TV, escrevo também sobre benefícios sociais.

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