Orçamento 2025: governo sugere corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família e mais verba para vale-gás
O governo federal apresentou recentemente sua proposta orçamentária para 2025, que inclui uma série de ajustes financeiros com foco na eficiência fiscal e no controle de despesas. Entre as mudanças mais notáveis, destaca-se o corte de R$ 7,7 bilhões no programa Bolsa Família, que será ajustado devido a medidas de combate a fraudes.
Além disso, houve um incremento significativo de R$ 3 bilhões no programa de vale-gás, que inicialmente tinha uma previsão de apenas R$ 600 milhões. Essas mudanças são parte de um esforço para adequar o orçamento às novas condições econômicas do país, como inflação e ajustes no salário mínimo.
Neste artigo, vamos explorar as principais modificações propostas no orçamento de 2025, os impactos esperados para os programas sociais e as medidas que o governo está tomando para garantir a transparência e a sustentabilidade fiscal.
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Corte no bolsa Família: medida para combater fraudes

O programa Bolsa Família, um dos pilares das políticas sociais do Brasil, será impactado pela proposta orçamentária para 2025 com um corte de R$ 7,7 bilhões.
De acordo com informações do Ministério do Planejamento, esse corte se deve a um “pente-fino” realizado no programa, que detectou irregularidades como a duplicação de benefícios para membros da mesma família e a concessão do auxílio a pessoas que estão empregadas e não se enquadram nos requisitos.
O relator da proposta orçamentária no Senado, senador Angelo Coronel (PSD-BA), explicou que o corte visa corrigir os desvios identificados nas auditorias. “Teve um corte no Bolsa Família para ajustar os desvios. O governo está propondo o corte de (quase) R$ 8 bilhões para iniciar o ajuste.
Medida necessária para acabar com fraudes, como de mais de um membro da família que recebe o Bolsa Família, ou gente que está trabalhando e recebe”, afirmou.
Garantia de manutenção do programa para quem realmente precisa
Apesar do corte, o governo garantiu que as famílias que realmente necessitam do benefício não serão afetadas. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), reforçou que o ajuste será feito sem prejudicar quem tem direito ao auxílio.
“Foi o pente-fino do Bolsa Família, que foi feito ao longo do ano passado, e deu essa sobra de R$ 7,6 bilhões. São pessoas que não tinham direito. Não tem nenhuma família que tenha direito e vai ficar sem o programa. Isso não altera em nada o status do programa, são famílias que não deveriam receber”, explicou Rodrigues.
Com esses ajustes, o governo busca assegurar que os recursos destinados ao programa sejam usados de maneira mais eficiente, atendendo exclusivamente aqueles que realmente necessitam do auxílio.
Aumento no Vale-Gás: apoio à população em situação vulnerável
Além do corte no Bolsa Família, a proposta orçamentária de 2025 inclui um aumento significativo no programa vale-gás. O orçamento para 2025 prevê um acréscimo de R$ 3 bilhões no vale-gás, que inicialmente tinha uma previsão de apenas R$ 600 milhões.
Esse ajuste visa ampliar o alcance do programa, que tem como objetivo fornecer um auxílio para o pagamento do gás de cozinha às famílias em situação de vulnerabilidade social.
De acordo com os ajustes apresentados, o governo pretende garantir um pagamento mais robusto do vale-gás, que tem sido um importante apoio para as famílias de baixa renda, especialmente em um contexto de altas no preço do gás de cozinha. A medida reflete a preocupação com o bem-estar da população em um cenário econômico desafiador.
Orçamento de 2025 e os desafios fiscais do governo
A proposta orçamentária de 2025 reflete o esforço do governo em adaptar as políticas públicas à realidade econômica atual. Entre os desafios enfrentados pelo Executivo, destaca-se a necessidade de equilibrar as contas públicas em um cenário de inflação alta e necessidade de ajustes no salário mínimo.
Além dos ajustes no Bolsa Família e no vale-gás, o governo propôs um aumento de cerca de R$ 8 bilhões em despesas previdenciárias e mais R$ 680 milhões para o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Mesmo com os cortes, o governo reforçou seu compromisso com a manutenção de políticas sociais essenciais, buscando sempre atender à população mais vulnerável.
O Programa Educacional Pé-de-Meia: prazos e ajustes
Outro ponto importante que surgiu na proposta orçamentária foi a ausência de recursos destinados ao programa educacional Pé-de-Meia, que visa promover a educação financeira para famílias de baixa renda. A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o governo tenha até 120 dias para enviar um projeto de lei para a inclusão de recursos para esse programa no orçamento.
Estima-se que o custo total do programa seja de aproximadamente R$ 10 bilhões. Para 2025, o governo já havia alocado R$ 1 bilhão para o programa, mas o TCU determinou que o valor restante seja incluído posteriormente. A inclusão desse recurso será feita por meio de Projetos de Lei, que ainda precisam ser analisados pelo Congresso.
Desafios fiscais e a visão do governo

Embora os ajustes no orçamento sejam necessários para equilibrar as contas públicas, o governo continua buscando formas de garantir a eficiência das políticas sociais.
A proposta de cortes e ajustes visa garantir que os recursos sejam direcionados de maneira mais eficiente, sem comprometer o apoio às famílias que mais necessitam.
Com informações de: Extra