Mulheres no Bolsa Família ocupam 57% das vagas do Caged em 2024
Um levantamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) revelou que as mulheres beneficiárias do Bolsa Família foram responsáveis por 57% do saldo de empregos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em 2024.
O dado reforça o papel fundamental da inclusão produtiva das mulheres em situação de vulnerabilidade no mercado formal de trabalho.
A análise mostra um movimento significativo de ocupação feminina no mercado de trabalho formal, especialmente entre aquelas que fazem parte dos programas sociais do governo federal.
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Dados destacam protagonismo feminino no mercado de trabalho
Contratações ultrapassam 728 mil vagas para mulheres do Bolsa Família
No recorte específico do Bolsa Família, os dados revelam que 728.896 vagas das 1.278.765 criadas em 2024 foram ocupadas por mulheres. Ou seja, elas preencheram quase 60% das admissões realizadas entre os beneficiários do programa.
Já os homens beneficiários ocuparam 41% das vagas no total, evidenciando uma inversão em relação a dados históricos, quando o público masculino costumava representar a maioria das contratações.
Esse avanço das mulheres no mercado formal, especialmente daquelas que vivem em situação de vulnerabilidade social, tem sido uma das metas perseguidas pelo governo federal, dentro da estratégia de combate à desigualdade e promoção da autonomia financeira.
Cadastro Único também mostra saldo positivo para mulheres
Mais de 920 mil empregos foram ocupados por mulheres no CadÚnico
Além do Bolsa Família, o Cadastro Único (CadÚnico) também apresentou resultados expressivos no recorte de gênero. Das 1.674.501 vagas de emprego formal registradas entre pessoas inscritas no CadÚnico, 920.975 foram preenchidas por mulheres, representando 54% do saldo total.
Nas admissões totais do ano, 55% foram de mulheres e 45% de homens, demonstrando a tendência de crescimento da inserção feminina no mercado formal.
Essa participação também revela que mesmo entre os trabalhadores em situação de vulnerabilidade social, as mulheres têm conquistado maior espaço, desafiando padrões históricos e estruturas que, até pouco tempo, eram mais excludentes.
Emprego formal como instrumento de inclusão social
Programas sociais impulsionam geração de renda e autonomia
O Caged de 2024 mostra que o mercado formal de trabalho tem se tornado uma ferramenta de inclusão social, principalmente para mulheres beneficiárias do Bolsa Família.
Essa conquista não se dá de forma isolada: ela é resultado de um conjunto de políticas públicas voltadas à qualificação profissional, estímulo ao empreendedorismo e geração de empregos formais para populações em situação de vulnerabilidade.
O MDS tem articulado ações com os setores produtivos para facilitar a contratação de pessoas inscritas no CadÚnico e, sobretudo, das mulheres chefes de família, que representam a maior parte dos titulares do Bolsa Família.
Saldo geral de empregos também foi positivo em 2024
Caged registrou crescimento de 16,47% nas contratações formais
No acumulado de janeiro a dezembro de 2024, o saldo total do Caged foi positivamente impactado pela criação de 1.693.673 vagas formais, representando um aumento de 16,47% em relação ao mesmo período de 2023.
Desse total, 98,87% das vagas — ou seja, 1.674.501 — foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único, o que mostra a força dessa base social no movimento de crescimento econômico e geração de empregos.
Entre essas vagas, 75,5% foram ocupadas especificamente por beneficiários do Bolsa Família, demonstrando que o programa social não apenas combate a fome, mas também atua como porta de entrada para a inclusão produtiva e emancipação social.
Perfil do trabalhador no CadÚnico: maioria é mulher e chefia a família
O cruzamento de dados reforça uma realidade já conhecida nos programas sociais: as mulheres representam a maioria entre os beneficiários do Bolsa Família e do CadÚnico, sendo também, na maioria dos casos, as chefes de família responsáveis pelo sustento do lar.
Esse fator ajuda a explicar o protagonismo feminino nos números do Caged: quando há políticas públicas direcionadas e oportunidades reais de emprego, essas mulheres demonstram alto nível de engajamento, produtividade e responsabilidade.
Políticas públicas de inclusão produtiva: caminho para reduzir desigualdades
Capacitação, assistência e incentivo à contratação são pilares da estratégia
A atuação integrada entre programas como Bolsa Família, Capacitação Cidadã, Pronatec, Jovem Aprendiz, entre outros, tem possibilitado que as mulheres em situação de vulnerabilidade tenham acesso a formação profissional, crédito, apoio ao empreendedorismo e oportunidades reais de contratação formal.
Além disso, parcerias entre o governo federal e o setor privado têm estimulado empresas a contratarem beneficiários de programas sociais, especialmente mulheres, como forma de incentivo à responsabilidade social corporativa.
Inclusão produtiva como política de emancipação social
O saldo positivo de empregos formais entre beneficiárias do Bolsa Família mostra que a assistência social e o desenvolvimento econômico podem caminhar juntos. As políticas públicas de transferência de renda, quando associadas a estratégias de formação, capacitação e estímulo ao mercado formal, resultam em impactos concretos na vida de milhões de pessoas.
Mais do que números, os dados revelam histórias de superação, autonomia e transformação social, com as mulheres à frente dessa mudança.
Conclusão: dados que reforçam a importância da política social com foco em gênero
Os números do Caged 2024 demonstram que a política social com recorte de gênero é eficaz e traz retornos positivos não apenas para as beneficiárias, mas também para a economia nacional. Com maior participação feminina no mercado formal, a renda das famílias aumenta, a desigualdade diminui e o país avança rumo a um desenvolvimento mais justo e sustentável.
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