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Pix se torna habitual: 63% dos brasileiros usam pelo menos uma vez por mês

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, se consolidou como a principal forma de transação financeira no Brasil. Dados recentes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelam que 63% da população brasileira realizou ao menos uma transação via Pix mensalmente no ano passado, uma marca impressionante que demonstra a adesão em massa ao serviço.

A introdução do sistema, com transações rápidas, seguras e sem custos, revolucionou o cenário das finanças pessoais e trouxe grandes vantagens para diferentes perfis de consumidores. Esse aumento no uso do Pix não é restrito a um grupo específico; ele se espalhou por todo o país, com variações regionais, mas com um crescimento visível em todas as localidades.

Este artigo explora os dados do estudo da FGV sobre o uso do Pix no Brasil, analisa as razões para sua crescente popularidade e as diferenças regionais no seu uso, além de trazer insights sobre como o sistema impacta a economia brasileira.

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O crescimento exponencial do Pix no Brasil

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Imagem: Canva / Freepik

Em um estudo detalhado da FGV, foram analisadas as transações financeiras realizadas via Pix em 2023, revelando que 63% dos brasileiros realizaram, ao menos, uma transação mensal com o sistema.

Embora a adesão ao Pix tenha sido alta em todo o território nacional, o sudeste do Brasil liderou com uma taxa de 66,7%, destacando-se principalmente no Rio de Janeiro, onde 70,52% da população utilizou o Pix mensalmente. Entre os estados que se destacaram, o Distrito Federal e o Amapá também apresentaram taxas elevadas de adesão.

A FGV ressaltou que, embora o uso do Pix seja predominante nas regiões mais desenvolvidas, o crescimento foi notável em todo o país, inclusive em regiões com menor poder aquisitivo, como o Norte e o Nordeste.

A explicação para isso está no impacto que o Pix teve sobre os custos das transações, tornando-se uma alternativa acessível e sem taxas para pagamentos, o que facilita o acesso ao sistema financeiro para todas as camadas da sociedade.

A acessibilidade e os benefícios da modalidade

De acordo com Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, o Pix representou uma verdadeira revolução para os brasileiros, especialmente para aqueles com uma renda mais baixa.

Antes da criação do sistema, as formas de pagamento tradicionais, como boletos e transferências bancárias, frequentemente envolviam altas taxas e burocracia. O Pix, ao ser gratuito e simples de utilizar, abriu portas para uma inclusão financeira mais ampla.

O impacto nas regiões do Brasil

O estudo da FGV também revelou que, apesar da alta adesão geral ao Pix, existem diferenças significativas no uso do sistema entre as regiões brasileiras.

O Norte e o Nordeste, por exemplo, apresentaram os menores índices de adesão mensal, com 60,5% e 58,3%, respectivamente. No entanto, esses mesmos locais superaram a média nacional de transações por pessoa.

O Amazonas, por exemplo, se destacou com a maior média de transações mensais, com 48 transações por habitante, superando a média de 32 transações por pessoa no país.

Esse alto número de transações pode ser explicado pela maior dependência do Pix em regiões com menor acesso a outros meios de pagamento, como cartões de crédito e débito.

Casos regionais: o exemplo de Pacaraima

Um dos casos mais curiosos apresentados pelo estudo foi o município de Pacaraima, em Roraima, que registrou um número impressionante de 106.104 transações mensais, embora tenha uma população de apenas 19.305 habitantes.

O fenômeno ocorre devido à proximidade da cidade com a fronteira venezuelana, o que possibilitou o uso do Pix por estrangeiros, especialmente venezuelanos que, por motivos diversos, utilizam o sistema para fazer transações rápidas e baratas.

Valores médios de transações

Além de um grande número de transações, outro dado interessante sobre o uso do Pix é o valor médio transferido pelos brasileiros. Em 2023, o valor médio transferido foi de R$ 190,57. Porém, esse valor variou bastante de acordo com a região.

As regiões com maior poder aquisitivo, como o Centro-Oeste, o Sul e o Sudeste, apresentaram valores médios de transferência mais altos. Mato Grosso, por exemplo, registrou a maior média, com R$ 272,44 por transação.

Já o Amazonas, com menor poder aquisitivo, teve a menor média, com R$ 119,07 por transferência. Gonzalez explicou que a renda da população é um fator determinante para essas diferenças nos valores.

O futuro do Pix no Brasil

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Imagem: Brenda Rocha – Blossom / Shutterstock.com

Com a adesão em massa e a popularização do Pix, o sistema tem mostrado seu potencial para revolucionar ainda mais o setor financeiro no Brasil. A tendência é que o uso do Pix continue a crescer, especialmente com a expansão das funcionalidades e a integração com outras plataformas de pagamentos.

A maior inclusão financeira, especialmente nas regiões mais afastadas, pode ser uma das maiores conquistas do Pix, que promete facilitar ainda mais o dia a dia dos brasileiros.

Fernanda Ramos

Fernanda é graduanda em Letras Vernáculas pela UFBA. Estruturadora de textos nos portais Seu Benefício Digital e Benefícios para Todos.

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