Preço da alimentação disparando? Aprenda a economizar e evitar desperdícios
A alta da alimentação no Brasil tem afetado duramente o orçamento das famílias, com um aumento acentuado nos preços de itens essenciais como arroz, leite, carnes e café. Em fevereiro de 2024, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta média de 0,70% nos alimentos, com destaques como o aumento de 15,39% nos ovos e 10,77% no café.
Esse cenário reflete uma crise crescente de poder aquisitivo e tem levado muitos brasileiros a repensar seus hábitos alimentares. Para ajudar a combater o desperdício e otimizar as finanças domésticas, diversos especialistas oferecem dicas valiosas de como aproveitar melhor os alimentos, reduzir desperdícios e fazer compras de maneira mais inteligente.
Leia mais: Tarifa zero para importação de alimentos entra em vigor hoje (14)
O impacto do aumento dos preços na alimentação
Nos últimos anos, o custo dos alimentos no Brasil tem disparado, afetando diretamente as famílias de todas as classes sociais. Um levantamento recente revelou que itens como arroz e leite tiveram aumentos de 58% e 30%, respectivamente, enquanto os preços das carnes aumentaram 49%. Já o café, um item básico nas mesas brasileiras, teve uma elevação impressionante de 157%.
A crescente alta no preço dos alimentos, junto com a desaceleração da economia e a diminuição do poder de compra, torna cada vez mais desafiador para os consumidores manter a alimentação em dia sem comprometer o orçamento.
Além disso, o cenário de inflação alimenta uma sensação generalizada de insustentabilidade no mercado de alimentos, o que leva muitas pessoas a buscar alternativas para manter a qualidade da alimentação sem prejudicar a saúde financeira.
Estratégias de economia no dia a dia
1. Aproveitamento integral dos alimentos
Uma das maneiras mais eficazes de economizar é evitar o desperdício. Muitas partes dos alimentos que costumamos descartar são, na verdade, extremamente nutritivas. Por exemplo, a casca da abóbora pode ser cozida junto ao legume ou ralada e misturada ao arroz, criando um prato saboroso e rico em nutrientes.
Iniciativas como o programa Cozinha Brasil, que promove oficinas sobre aproveitamento integral de alimentos, ensinam como utilizar partes dos alimentos que normalmente seriam descartadas, ajudando a reduzir o desperdício doméstico.
Além disso, o uso de cascas de frutas como o abacaxi para marinar carnes mais baratas também é uma dica que pode resultar em pratos mais saborosos e econômicos. Segundo a nutricionista Fernanda Chaves, a bromelina, enzima presente na fruta, ajuda a amaciar carnes duras, proporcionando uma refeição mais saborosa e acessível.
2. Aproveite ofertas de alimentos próximos ao vencimento
Aproveitar alimentos próximos da data de validade é uma estratégia inteligente para economizar. Algumas empresas como a Food to Save oferecem sacolas-surpresa com itens de supermercados que estão prestes a vencer, mas ainda são próprios para consumo.
Esses produtos são vendidos com até 70% de desconto, proporcionando uma oportunidade única de adquirir alimentos de qualidade por um preço reduzido.
No entanto, é importante que o consumidor esteja atento ao modo de armazenamento desses alimentos, especialmente no caso de produtos perecíveis como frutas e hortaliças. Um cuidado com a separação de itens que liberam etileno, como bananas e abacates, pode evitar que outros alimentos estraguem mais rapidamente.
3. Aproveite a sazonalidade dos alimentos
Uma forma eficiente de reduzir os custos com alimentação é adaptar sua dieta à sazonalidade dos alimentos. Alimentos da estação tendem a ser mais baratos, uma vez que são mais abundantes no mercado.
Por exemplo, o repolho, que atualmente custa em torno de R$ 3 o quilo, é uma opção mais econômica e pode substituir outros vegetais mais caros, como a couve-flor ou o brócolis, em diversas receitas.
4. Faça compras planejadas
Uma das maneiras mais eficazes de evitar gastos desnecessários é planejar as compras com antecedência. Antes de ir ao supermercado, faça uma lista de compras detalhada e pesquise os preços de cada item. Isso ajuda a evitar compras por impulso, que podem resultar em produtos desnecessários ou mais caros. Além disso, nunca vá ao mercado com fome, pois isso pode levar a decisões impulsivas e excessivas.
Alguns supermercados oferecem promoções regulares, como o “Dia da Carne” ou “Dia do Hortifruti”, e usar aplicativos de cupons de desconto pode ajudar a reduzir os custos ainda mais. Aproveitar essas oportunidades pode representar uma economia significativa, especialmente quando se compra itens em maior quantidade.
Iniciativas contra o desperdício: ações do governo e organizações
Além das medidas individuais de economia, algumas iniciativas têm sido implementadas para combater o desperdício de alimentos em larga escala. O governo, por exemplo, zerou os impostos de importação de alguns alimentos básicos, como azeite de oliva e café, visando reduzir os preços.
No entanto, especialistas alertam que essas medidas têm um impacto limitado e de curto prazo, já que fenômenos climáticos e outros fatores externos continuam a afetar as safras e os preços.
Iniciativas como o Favela Orgânica, que ensina moradores de comunidades a aproveitarem integralmente os alimentos, são exemplos de como a educação e o engajamento comunitário podem ajudar a mudar hábitos e reduzir o desperdício.
A ação tem como foco o reaproveitamento de partes de alimentos que normalmente seriam jogadas fora, como o miolo do chuchu e a casca de legumes.
Como o desperdício de alimentos afeta a economia doméstica
De acordo com dados da ONU, aproximadamente 62% do lixo doméstico no Brasil é composto por alimentos desperdiçados. Isso significa que uma grande parte do orçamento familiar está sendo jogada fora devido a hábitos inadequados de compra e consumo.
Ao adotar práticas mais conscientes, como aproveitar as sobras e escolher alimentos que estão próximos da data de validade, as famílias podem reduzir significativamente seus gastos com alimentação.