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Bolsa Família: 58,3% dos beneficiários em março são mulheres

O Bolsa Família continua a ser uma das principais ferramentas de combate à pobreza no Brasil, com um papel essencial na transformação das realidades de milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social. Em março de 2025, as mulheres representam 58,3% dos beneficiários do programa, um reflexo das políticas de transferência de renda que têm impactado positivamente muitas mulheres e suas famílias.

Dentre os 53,88 milhões de beneficiários do programa, 31,42 milhões são mulheres, e a maior parte das famílias beneficiadas é chefiada por elas. Este cenário reflete a crescente importância das mulheres na gestão das finanças domésticas e o impacto social das políticas públicas voltadas para elas.

A seguir, vamos investigar o impacto do Bolsa Família, com foco no papel das mulheres, as mudanças que o programa tem gerado nas suas vidas e na sociedade, e como a transferência de renda pode ser a chave para melhorar as condições de vida das famílias brasileiras.

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A presença feminina no Bolsa Família

bolsa família
Imagem: Freepik

Em março de 2025, das 20,50 milhões de famílias beneficiadas, 17,16 milhões são chefiadas por mulheres, o que representa 83,7% do total. Isso evidencia que as mulheres não são apenas as principais responsáveis pela gestão do orçamento doméstico, mas também têm sido as mais beneficiadas por políticas sociais no Brasil.

O Bolsa Família, ao focar em quem está mais exposto à pobreza, acaba destacando as mulheres, que muitas vezes enfrentam desafios adicionais relacionados à desigualdade de gênero e à responsabilidade pelos cuidados da casa e dos filhos.

A participação feminina no programa reflete a crescente mudança nas dinâmicas familiares brasileiras. Em muitos lares, as mulheres são as líderes da economia doméstica e desempenham um papel fundamental na gestão de recursos, principalmente quando se trata de garantir a alimentação e o bem-estar das crianças e outros membros da família.

O impacto do programa na vida das mulheres

Sarah Rocha, uma jovem que atualmente cursa medicina na Escola Superior de Ciência da Saúde (ESCS), no Distrito Federal, é um exemplo claro de como o Bolsa Família pode transformar vidas. Filha de uma faxineira e com um irmão portador de esquizofrenia, Sarah teve sua realidade modificada pelo acesso a políticas sociais como o Bolsa Família. Ela conseguiu isenção na taxa do ENEM e pôde seguir seus estudos, alcançando uma vaga na universidade.

Com o apoio da assistência social, como as cestas básicas recebidas no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Sarah e sua família puderam superar períodos difíceis e focar no futuro. Para ela, o Bolsa Família proporcionou condições mínimas de sobrevivência e acesso à educação, elementos essenciais para ampliar suas perspectivas e quebrar o ciclo da pobreza.

“É um impacto que muda a jornada das pessoas, muda os caminhos que elas vão seguir. Quando você tem um mínimo de acesso à educação, mínimo de acesso a alimento, mínimo de acesso a material de estudo, você começa a ampliar sua perspectiva de mundo, porque quando você está passando por uma vulnerabilidade, é como se você olhasse só para aquilo”,” afirma Sarah.

Este exemplo ilustra como o programa pode mudar a vida de jovens e adultos, oferecendo mais do que apenas recursos financeiros, mas uma oportunidade real de melhoria na qualidade de vida e no desenvolvimento profissional e educacional.

Benefícios específicos para mulheres gestantes e nutrizes

Auxílio maternidade
Imagem: djoronimo / Envato

O programa também oferece benefícios adicionais para mulheres em condições específicas, como gestantes e nutrizes. Mulheres grávidas recebem um adicional no valor de R$ 50,00 por mês. Em março de 2025, 606,67 mil gestantes foram contempladas com este auxílio, totalizando um investimento de R$ 28,05 milhões.

Esse apoio é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar das mulheres durante a gestação, um período de vulnerabilidade e necessidade de cuidados especiais.

Além disso, 347,17 mil nutrizes, ou mulheres que amamentam, também recebem um benefício adicional de R$ 50,00, somando um repasse de R$ 16,62 milhões. Esses repasses são essenciais para garantir que as mães possam proporcionar uma alimentação adequada aos seus filhos recém-nascidos, além de contribuir para a redução de desigualdades nos primeiros anos de vida das crianças.

A importância da educação e do acesso a oportunidades

Além do apoio direto à sobrevivência, o Bolsa Família também tem incentivado a busca pela educação. Ao permitir que famílias em situação de vulnerabilidade possam ter acesso a recursos básicos, o programa abre portas para uma transformação social mais ampla, onde as gerações seguintes podem romper o ciclo de pobreza.

No caso de Sarah Rocha, por exemplo, o programa ajudou a jovem a ter acesso à educação de qualidade, o que possibilitou que ela ingressasse em um curso superior e seguisse sua carreira.

A educação é uma das maiores ferramentas de ascensão social. No caso das mulheres, em particular, o acesso à educação superior é uma das maneiras mais eficazes de reduzir as desigualdades de gênero e garantir a autonomia econômica e social. O Bolsa Família, ao garantir que as mães possam alimentar seus filhos e investir em sua educação, está dando uma oportunidade real de melhoria no futuro das novas gerações.

Com informações de: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Fernanda Ramos

Fernanda é graduanda em Letras Vernáculas pela UFBA. Estruturadora de textos nos portais Seu Benefício Digital e Benefícios para Todos.

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