Com a popularização das transações bancárias digitais, criminosos têm explorado brechas tecnológicas e a falta de conhecimento dos usuários para aplicar uma série de fraudes cada vez mais sofisticadas. O WhatsApp, um dos aplicativos mais usados no Brasil, tornou-se o protagonista de um dos golpes mais comuns registrados em 2024.
De acordo com um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o golpe de clonagem do WhatsApp lidera o ranking de fraudes bancárias no país. A seguir, você confere o funcionamento dessa e de outras práticas ilícitas, além de dicas práticas para evitar se tornar mais uma vítima.
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WhatsApp é usado como ferramenta de fraude
Como funciona o golpe do WhatsApp
A fraude começa com a clonagem do número de celular da vítima. O golpista tenta registrar o WhatsApp em outro aparelho e, para isso, entra em contato se passando por algum serviço, solicitando o código de verificação enviado via SMS. Com o acesso à conta, ele passa a enviar mensagens a contatos próximos da vítima pedindo transferências bancárias sob falsos pretextos.
Estratégias para enganar
Os criminosos utilizam linguagens informais, fotos reais da vítima e detalhes pessoais para tornar a conversa mais convincente. Eles se passam por familiares, amigos ou até colegas de trabalho, sempre com um tom de urgência.
Como se proteger
- Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp;
- Nunca compartilhe códigos recebidos por SMS;
- Informe contatos sobre a clonagem caso ocorra.
Falsa venda: promessas irreais e prejuízo certo
Golpe popular em redes sociais
A segunda fraude mais registrada envolve a criação de lojas falsas em plataformas digitais. Os criminosos simulam perfis confiáveis, oferecem produtos a preços muito abaixo do mercado e exigem pagamento antecipado, geralmente via Pix.
Recomendações
- Desconfie de preços muito baixos;
- Verifique a reputação da loja;
- Evite clicar em links de promoções não solicitadas.
Golpe da falsa central de atendimento
Quando o perigo atende a ligação
Nesta fraude, o criminoso liga para a vítima se passando por um atendente do banco. Com voz segura e informações básicas da conta, ele informa uma suposta ameaça de segurança e orienta que a pessoa realize transferências para “contas seguras”.
Como evitar cair no golpe
- Bancos nunca pedem senhas completas por telefone;
- Desligue a chamada e contate seu banco por outro aparelho;
- Jamais realize transações a pedido de desconhecidos.
Phishing: a armadilha do link malicioso
O que é phishing?
É a técnica de enviar e-mails, SMS ou mensagens com links falsos que redirecionam o usuário para sites fraudulentos. Esses sites pedem informações pessoais e bancárias, muitas vezes sob disfarce de promoções ou comunicados de instituições conhecidas.
Como se proteger
- Nunca clique em links duvidosos;
- Verifique se o endereço do site é seguro (https://);
- Use antivírus atualizado no celular e computador.
Golpe do falso investimento
Promessas de retorno rápido
Criminosos divulgam investimentos falsos com lucros extraordinários e garantidos. Usam imagens manipuladas, vídeos editados e até influenciadores falsos para dar credibilidade. Após pequenos pagamentos iniciais, a vítima é convencida a investir mais — e perde tudo.
Dicas para não cair
- Desconfie de promessas milagrosas;
- Pesquise no site do Banco Central e CVM se a empresa é registrada;
- Evite plataformas que não tenham reputação comprovada.
Troca de cartão na hora da compra
Distração como estratégia
Durante compras em estabelecimentos físicos, golpistas aproveitam momentos de distração para trocar o cartão da vítima por outro semelhante. Eles observam a senha e utilizam o cartão verdadeiro para fazer saques e compras.
Medidas preventivas
- Digite a senha sem mostrar a ninguém;
- Verifique o cartão devolvido pelo atendente;
- Prefira passar o cartão na maquininha por conta própria.
Falso boleto: armadilha na cobrança
Como funciona o golpe
Criminosos adulteram boletos enviados por e-mail ou gerados em sites clonados, alterando os dados do beneficiário. O consumidor faz o pagamento acreditando estar quitando uma dívida legítima, mas o dinheiro vai direto para o fraudador.
Dicas para não ser enganado
- Verifique se os dados do beneficiário estão corretos;
- Use aplicativos oficiais para gerar boletos;
- Evite pagar boletos recebidos por fontes desconhecidas.
Devolução de empréstimo: golpe com cara de estorno
Como agem os criminosos
Os golpistas contratam um empréstimo no nome da vítima e, após o crédito ser depositado, entram em contato solicitando a devolução dos valores com a desculpa de cancelamento do contrato. A vítima transfere o valor sem perceber a armadilha.
O que fazer
- Nunca devolva dinheiro sem confirmação do banco;
- Contate imediatamente o atendimento oficial da instituição;
- Faça um boletim de ocorrência.
Mão fantasma: acesso remoto ao celular
Instalação de aplicativos espiões
O fraudador entra em contato alegando suspeita de invasão ou operação não autorizada. Para resolver o problema, envia um link de aplicativo que, quando instalado, dá acesso remoto ao aparelho da vítima, incluindo aplicativos bancários.
Como se proteger
- Não instale aplicativos enviados por terceiros;
- Verifique se o app está disponível na loja oficial (Google Play ou App Store);
- Utilize autenticação biométrica em apps bancários.
Falso motoboy: golpe físico com consequências digitais
O golpe no mundo real
Um suposto atendente liga para a vítima e diz que o cartão foi clonado. Orienta que o cartão seja cortado e entregue a um motoboy que irá recolher o item. Com o chip ainda funcional e a senha fornecida, o criminoso faz compras e saques.
Evite esse tipo de fraude
- Nenhum banco envia motoboys para recolher cartões;
- Desconfie de qualquer ligação solicitando ações incomuns;
- Ligue para seu banco de outro telefone.
A ascensão dos golpes bancários no Brasil, com destaque para a fraude via WhatsApp, acende um alerta sobre a necessidade urgente de educação digital. Os criminosos estão cada vez mais preparados, utilizando estratégias que combinam tecnologia e engenharia social para iludir suas vítimas.
A melhor forma de proteção é a informação. Ao conhecer os principais golpes, o consumidor tem mais chances de reconhecer abordagens fraudulentas e agir com cautela. A vigilância constante, a verificação de canais oficiais e o uso consciente das ferramentas digitais são as principais armas contra esse tipo de crime. E lembre-se: quando a oferta parecer boa demais, provavelmente é golpe.